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Uso responsável da água é foco de pesquisas na UEMS

UEMS - 23 de março de 2015 - 11:12

Em épocas de racionamento de água em vários Estados brasileiros, pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) em Aquidauana focam seus trabalhos sobre o uso racional da água na agricultura, setor que mais consome recursos hídricos.

O professor, Elói Panachuki, doutor em Produção Vegetal e responsável pelo laboratório de Manejo e Conservação do Solo e da Água da UEMS, desenvolve projetos de pesquisa com alunos de graduação em Agronomia, Engenharia Florestal e do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, que avaliam os sistemas de manejo do solo que podem reduzir os impactos negativos que a exploração agropecuária podem proporcionar ao meio ambiente.

As estimativas atuais indicam que a agropecuária é responsável por mais de 70% do consumo mundial de água. “Os estudos que desenvolvemos buscam a descoberta de práticas de manejo que possam ajudar os produtores rurais a equacionar o equilíbrio entre a lucratividade e os impactos ambientais”, explica o professor.

Desta maneira, é importante que sejam desenvolvidas tecnologias que aumentem a eficiência do uso da água neste setor, “e que sejam utilizadas práticas de manejo que favoreçam a infiltração de água no solo para que possa ser utilizada pelas plantas ou atuar na recarga do lençol freático e aquíferos. Assim, pode-se reduzir a erosão hídrica que promove perdas de solo, água, nutrientes, matéria orgânica e sementes”, disse Panachuki.

Em entrevista ao portal de notícias Campo Grande News, ele ressaltou que os resultados mostram que o uso racional da água é de fundamental importância para a elevação da produtividade agropecuária.

“Observamos que em condições de exploração onde os princípios conservacionistas não são utilizados, existe a degradação irreversível dos recursos naturais solo e água, pois as perdas por erosão hídrica são muito superiores à capacidade de formação do solo. Em estudos verificamos que as perdas de solo, por erosão hídrica, podem chegar a valores maiores que 100 toneladas por hectare durante o período de um ano, enquanto a capacidade de formação do solo é inferior a 10 toneladas por hectare durante um ano. Estas perdas por erosão hídrica diminuem a quantidade de água que poderia ser infiltrada no local de ocorrência da chuva e promovem assoreamento e contaminação de rios, lagos e mananciais”, disse ao jornal.

Questionado sobre a possibilidade de a água acabar, Panachuki argumenta que diversos estudos realizados em microbacias hidrográficas têm demonstrado que o uso irracional da água e a degradação das áreas com nascentes diminui sua disponibilidade para estes locais. “A agricultura pode ajudar na manutenção dos recursos hídricos desde que as práticas de manejo da agropecuária sejam sustentáveis ao longo do tempo”, conclui.

Audiência Pública das Águas

Na quinta-feira, 19, aconteceu a Audiência Pública das Águas, realizada na Câmara Municipal de Campo Grande, com representantes da UEMS, organizações privadas, públicas e não governamentais.

De acordo com o professor da UEMS, Lucio Flavio Sunakozawa, as discussões têm como o objetivo de pensar, repensar e planejar a gestão dos recursos hídricos para os próximos 100 anos, “o debate parte de estudos e pesquisas para a formação de um grande sistema de reserva hídrica, para que possamos dar qualidade de vida aos sul-mato-grossenses e evitemos os exemplos negativos atuais que estão sofrendo com a falta de água em outros Estados do Brasil”, disse.

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