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Universidades federais deverão receber recursos no dia 2

Marina Domingos/ABr - 28 de novembro de 2003 - 10:02

Cerca de R$ 28,5 milhões aguardam sinal positivo do setor econômico do governo para cair nas contas das universidades públicas federais. De acordo com o ministro da Educação, Cristovam Buarque, esse valor corresponde a 50% dos recursos adicionais já aprovados pelo Congresso Nacional, a chamada Emenda Andifes (proposta feita pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior). O dinheiro deve ser liberado até a próxima terça-feira (2), para pagar contas de água, luz e telefone das universidades.

O ministro, que passou a tarde de ontem reunido com representantes da Andifes, reconheceu as dificuldades por que passam as universidades, mas disse que o governo já fez muito para a educação superior. “As universidades estão passando por uma situação muito difícil. Tem reitor que não consegue pagar a conta de luz e água. Eu mostrei tudo que o governo tem feito e também falei das dificuldades que o governo tem. Não é só universidade e nem só educação”, argumentou.

E lembrou as dificuldades em marcar encontros com o ministro da Fazenda, Antônio Palocci. “Falei que o ministro Palocci é um homem muito ocupado que não é fácil a gente se encontrar com ele, mas mesmo assim vamos tentar uma audiência”, informou Cristovam Buarque.

Tensão nas universidades

A presidente da Andifes, reitora Wrana Panizzi, saiu em defesa das universidades, depois das declarações feitas anteontem pelo ministro Cristovam Buarque, que pediu mais “radicalidade nas idéias” e “tensão ideológica” dentro do meio acadêmico.

“De fato eu me espanto que o ministro considere que as nossas universidades não se constituam num 'locus' especial de crítica e mesmo num lugar de polêmica. Nós temos lutado e preservado a universidade, e é por isso que lutamos tanto por autonomia em todos os sentidos. Nós queremos autonomia, não estamos vinculados a nenhum partido, nenhum governo, nós somos uma instituição do Estado, com compromisso com a sociedade”, defendeu a reitora.

Ontem, o ministro amenizou suas declarações, dizendo que o neoliberalismo e a globalização “de repente” acabaram com as utopias, o socialismo e o nacionalismo e que, além disso, a realidade do apartheid social brasileiro isolou a universidade do lado dos “beneficiados da modernidade”.

“Nos anos 60 havia a utopia e a desigualdade. Você tinha uma utopia para lutar e você estava ao lado dos “desiguais”. Hoje não tem mais utopia e do outro lado não é mais desigual, é quase que ‘dessemelhantes’, quase que outro povo. Saímos da desigualdade para o apartheid. E aí a universidade fica com dificuldade de entender o outro lado”, disse o ministro.

Segundo ele esse “apartheid social” separa o estudante da universidade de quem está na sociedade, agravado pelo clima de violência. “Antigamente era fácil um estudante fazer um programa de extensão em qualquer favela do Rio de Janeiro. Hoje já não é tão fácil, por causa do afastamento social existente no Brasil, do distanciamento da parcela dos 10% mais ricos dos outros 50% mais pobres”, afirmou.

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