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Uma entre quatro mulheres tem candidíase

Agência Notisa - 10 de agosto de 2005 - 09:01

A candidíase vulvovaginal atinge milhares de mulheres em idade reprodutiva em todo o mundo, estando entre os principais problemas ginecológicos. Ela se caracteriza por uma inflamação da mucosa genital, que se desenvolve a partir de uma infecção por leveduras. Estima-se que cerca de 75% das mulheres adultas já tenham tido pelo menos uma vez vulvovaginite fúngica em sua vida, sendo que destas, cerca de 50% vivenciam novos surtos e 5% tornam-se recorrentes. Por outro lado, estudos indicam que aproximadamente 25% das mulheres saudáveis e completamente assintomáticas apresentam culturas de secreção vaginal positivas para leveduras (cândida). Com o objetivo de avaliar e comparar a distribuição de leveduras Candida albicans e Candida não-albicans, bem como determinar a suscetibilidade in vitro de algumas destas leveduras a antifúngicos usados na prática clínica, pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá resolveram isolar a secreção vaginal de 130 pacientes atendidas no Laboratório Santa Helena da cidade de Jaraguá do Sul (SC) e de 97 no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná.

De acordo com artigo publicado na edição de fevereiro de 2005 da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, “as leveduras são carreadas para a vagina por meio de processo de autotransmissão a partir da região perianal, tendo como fonte a microbiota normal (flora natural) do próprio intestino ou a troca com o parceiro por via sexual. Entretanto, estes microrganismos costumam permanecer abrigados na mucosa vaginal apenas como colonizantes e, uma vez encontrando condições apropriadas, aceleram o processo de multiplicação e expressam fatores de virulência, culminado com a invasão da mucosa e ocasionando a candidíase sintomática”.

A equipe observou que a freqüência de cultura positiva para leveduras em Jaraguá do Sul foi de 23,8%, ou seja, 31 mulheres apresentaram leveduras, das quais seis foram assintomáticas e 25 sintomáticas. Em 77,4% dos casos positivos foi isolado Candida albicans. Já em Maringá, as leveduras estiveram presentes em 24 mulheres (24,7%), sendo em 15 assintomáticas e em nove sintomáticas. Em 50% dos casos positivos foi isolado Candida albicans. Não foram observados isolados resistentes a nenhum dos antifúngicos testados.

Segundo os pesquisadores, existem variações na freqüência de isolamento de leveduras em diferentes populações e, apesar de as mesmas serem sensíveis aos antifúngicos testados, há diferenças entre eles. “Nossos dados nos levam a sugerir que a confirmação laboratorial, incluindo a identificação das espécies fúngicas e testes de suscetibilidade a antifúngicos poderiam contribuir no manejo da candidíase, levando em conta diferenças encontradas quanto às espécies isoladas em diferentes populações e a resposta diferenciada destas leveduras aos antifúngicos mais empregados na prática clínica”, explicam no artigo.

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