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Geral

Um em cada três estudantes já viu uma arma na escola

Aécio Amado/ABr - 26 de março de 2006 - 12:16

A presença de armas nas escolas públicas é familiar para alunos e professores. A constatação é da pesquisa "Cotidiano das Escolas: Entre Violências", divulgada neste sábado (25), no Fórum Mundial de Educação, em Nova Iguaçu. Para a pesquisa, foram entrevistados, em 2003, 9.744 alunos e 1.678 adultos, de cinco capitais capitais (Belém, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre) e do Distrito Federal.

De acordo com o documento, a presença de armas está associada às disputas e brigas dentro do ambiente escolar. Apesar de elas significarem demonstração de virilidade e força, características associadas à masculinidade, as armas também estão presentes entre as meninas.

A pesquisa aponta que 35% dos alunos e 29% dos adultos já viram algum tipo de arma na escola. As armas brancas (facas, canivetes, punhais etc) são as mais comuns. Ainda assim, as armas de fogo têm uma forte presença no ambiente escolar. A pesquisa revela que 12% dos estudantes, mais de 204 mil, já viram um revólver no colégio. Esse número cai para 10% quando a pergunta é feita para um adulto.

Outro dado importante da pesquisa é a proporção dos alunos que admitem ter entrado com armas na escola. Do total dos estudantes ouvidos, 3% admitiram ter levado um canivete para a escola, e apenas 1% assume ter portado revólver. Aqueles que assumiram o comportamento disseram que trata-se de uma forma de proteção e que não tinham intenção de praticar algum crime.

A socióloga Miriam Abramovay, coordenadora da pesquisa, informa que o estudo foi realizado somente em escolas públicas urbanas, estaduais e municipais, com pelos menos 500 alunos. Isso porque, segundo ela, apresentam maior grau de vulnerabilidade devido a carência de recursos humanos e materiais, o alto índice de abandono, a evasão e reprovação, a maior diversidade cultural, e por menos homogêneas do que os estabelecimentos particulares.

A pesquisa utilizou um nível de confiança de 90% e tem margem de erro de 5%. O trabalho é um projeto conjunto do Ministério da Educação, Unesco e Observatório de Violência nas Escolas.

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