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Ultramaratonista desafia a resistência correndo 120 km em 24h seguidas

Campo Grande News - 22 de julho de 2017 - 13:26

Vida corrida, no sentido prático da palavra, e não como figura de linguagem. É o que faz o ultramaratonista Carlos Dias, um paulista de 44 anos, que neste final de semana disputa com ele mesmo, em Campo Grande, o evento batizado de “24h – Desafio das Capitais”, ou seja, um dia inteiro correndo em esteiras e ruas.

A proposta do desafio é correr 120 km em Campo Grande. “Mas quilometragem é o que menos importa”, disse Carlos Dias ao Campo Grande News na manhã deste sábado, 22, enquanto corria na esteira da Neo Academia, no bairro Santa Fé.

“O que vale mesmo é chamar a atenção das pessoas para a importância da prática de esportes e para a causa que eu defendo, que é o combate ao câncer infantil”, ressaltou ele.

Em todas as cidades por passa, Carlos Dias cuida pessoalmente da comercialização de kits – camiseta e medalha – por R$ 90 ou só a medalha de campeão da solidariedade por R$ 40. Segundo ele, 10% do total arrecadado vai para uma entidade sem fins lucrativos chamada GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer), com sede em São Paulo, e o restante banca o seu trabalho como atleta ultramaratonista.

Único corredor sul-americano a percorrer os quatro desertos – do Saara, o mais quente, debaixo de um calor de 54º graus; da Antártica, o mais frio, com 60º graus negativos, de Gobi, o mais úmido, e o deserto do Atacama, 100% seco e formado por sal, Carlos Dias deu a largada em Campo Grande nesta sexta-feira, às 13h30, no Parque das Nações Indígenas, onde intercalou corrida e caminhada até às 16h.

Depois disso, acompanhado da assistente Maria de Fátima, a Fatinha, uma maratonista de 62 anos, ele correu 2,2 km até a Neo Academia, no bairro Santa Fé, lá continuou correndo em esteira, às 18h repetiu a lojística para voltar a correr no Parque das Nações Indígenas, em seguida fez o percurso de 4,2 km entre o Parque e a Praça de Esportes Belmar Fidalgo, no centro de Campo Grande, retornou correndo ao Parque das Nações Indígenas e amanheceu o dia na esteira da academia.

“Legal isso, porque aproveitei para fazer um tour noturno pela cidade”, brincou Carlos Dias. Esta é a segunda vez que vem a Campo Grande. Em 2016 ele veio com o “12h – Desafio das Capitais”, e desta vez o evento tem 12 horas a mais. “Gosto do povo daqui, é bastante acolhedor, e com tantos parques públicos a cidade é um paraíso da prática esportiva”, comentou.

No planejamento do desafio, Carlos Dias disse que fez duas paradas de 20 minutos cada. Uma para jantar, na sexta-feira, e outra para o café da manhã, neste sábado, e fora isso ele se hidrata basicamente de água mineral e se alimenta de banana, castanhas, paçoca e pão integral, enquanto corre.

“Como eu faço com o sono? Eu disfarço, fujo do foco, penso nas crianças com câncer pelas quais estou correndo. Eu canto samba, rock, forró, conto piadas”, revelou Carlos Dias. “Meu pior momento com o sono foi por volta das 8h da manhã. Aí o bicho pegou, tive dificuldade, mas segui em frente”, frisou.

Carlos Dias contou que teve a ideia do desafio em 2008, quando decidiu deixar de ser um atleta de competição para ser um atleta voluntário. “Eu estava me preparando para correr no deserto de Gobi, na fronteira da China com a Mongólia, e visitei um hospital que trata crianças com câncer, em São Paulo. Entrei pensando em baixar tempo, ser campeão, e saí do hospital com a certeza de que a vida é muito mais do que isso”.

Em 2017, ele comemora 24 anos de carreira como ultramaratonista. No total, pretende correr em 19 capitais, mais a cidade de Porto Seguro, na Bahia. Iniciou pelo Rio, depois Curitiba, Brasília e Cuiabá, e neste final de semana em Campo Grande, de onde seguirá para Porto Velho. A programação prevê o encerramento do “24h – Desafio das Capitais” no dia 28 de outubro, na Avenida Paulista, em São Paulo.

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