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Último pedido de Carolzinha foi que campanha por medula não parasse

Campo Grande News - 22 de setembro de 2014 - 13:23

“Você é linda demais, perfeita aos olhos do pai”, cantada por dezenas de parentes, amigos e colegas de escola, esse trecho da música “Aos olhos do pai” marcou a despedida de Caroline Flores de Leno, a Carolzinha. Aos 12 anos, ela perdeu a batalha que enfrentava desde os 9 contra a leucemia, mas deixou vivo o que mais queria quando não estivesse aqui: o sentimento de solidariedade na busca por doadores de medula.

Além dos cânticos, o velório, que contou com uma missa de corpo presente durante a manhã desta segunda-feira (22), também teve gritos de “Carol, nós amamos você”. Com uma extensa salva de palmas e centenas de balões brancos no ar, Carolzinha foi homenageada por pessoas que acompanharam os três anos de luta contra o câncer.

A morte da menina que mobilizou artistas em prol da adesão ao cadastro de doadores de medula é, claro, um duro golpe para quem acompahou o tratamento e principalmente para a famílias, mas mesmo em meio a dor, todos afirmam que a pequena deixou um legado.

O diretor do Hospital de Câncer Alfredo Abrão, Carlos Coimbra, explica que a campanha vai tomar ainda mais força a partir de agora porque esse era um desejo da Carol. “Está sendo dificil porque não imaginavámos que ela não iria responder ao tratamento. Mas s campanha a partir de agora vai ter um reforço, até pelo que a Carol representava”, conta.

Quem acompanhou bem de perto os últimos dias da Carolzinha é a psicóloga Regilaine Ishikawa. Ela ressalta que pela ética médica não poderia falar sobre os últimos sentimentos da paciente, mas revelar o que pensava e o que sentia foi um pedido da menina.

Ela afirma que Carol não se queixava de praticamente nada e que não tinha medo de morrer. “A única queixa é que ela não aguentava ver os pai sofrendo com a situação”, conta. A psicóloga lembra ainda que a pequena tinha consciência de que não encontraria um doador de medula compatível, mas que queria a continuidade da campanha para ajudar outras pessoas.

“Quando os irmãos delas foram fazer o cadastro, eu perguntei qual deles ela achava que ia ser compatível e ela disse que nenhum. A Carol tinha sempre esse desejo de ajudar as pessoas, por mais que não estivesse aqui, a campanha deveria ser levada para frente”, completa a psicóloga que lembra ainda da missão de um profissional como ela que é de cuidar da dor da alma, mas que no caso de Carolzinha, essa dor não existia.

Batalha - Apesar do tratamento com antibióticos, Carol não resistiu, passou a respirar por aparelhos na noite do sábado e acabou falecendo ontem de manhã. Carolzinha mobilizou artistas como Maria Cecília e Rodolfo, Munhoz e Mariano, Michel Teló e a namorada Thaís Fersoza, em campanha para aumentar o cadastro de doação de medula óssea.

A garota descobriu a leucemia pela primeira vez em 2011, quando tinha 9 anos, mas depois de 10 meses a doença foi controlada. Em setembro de 2013, a menina mais uma vez se submeteu ao tratamento quando um linfoma foi detectado e novamente venceu. Após novo diagnóstico de leucemia, no final de agosto deste ano, a família e amigos iniciaram a campanha de solidariedade e mobilizaram até artistas do Estado.

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