O último fim de semana antes do início da Piracema – período em que é proibido pescar para garantir a reprodução dos peixes – atraiu turistas de várias partes do Brasil para o Pantanal sul-mato-grossense, em Corumbá. A bordo dos barcos hotéis eles aproveitam os momentos finais da liberação para uma pescaria no rio Paraguai. A atividade estará suspensa de 3 de novembro de 2005 a 28 de fevereiro de 2006. O pesque e solte poderá ser praticado a partir de 31 de janeiro (exceto nas cabeceiras dos rios).

Aproveitando para emendar fim de semana e feriado, um grupo formado por 18 empresários paranaenses partiu do Porto Limoeiro na noite desta sexta-feira (28) para uma viagem de 300 quilômetros rio acima, com retorno previsto para a quarta-feira (02). Uma outra turma, só que do estado de São Paulo, parte neste domingo (30).

Os empresários de Curitiba (PR) embarcaram no Juruanã II para “aliviar o estresse diário”, causado pela rotina corrida das grandes cidades, praticando a pesca esportiva na base do pesque e solte. Kau Machado, um dos integrantes do grupo contou que há oito anos vem a Corumbá em busca de alguns dias de sossego, proporcionado pelo cenário pantaneiro e pelas fisgadas.

“Viemos basicamente para tirar o estresse, é a melhor coisa que se pode fazer para desligar dos problemas”, relatou o empresário que também é piloto da categoria Pick-Up Racing. “Viemos com a mentalidade da pesca esportiva e, pescando nos desligamos dos compromissos e esquecemos de tudo”, disse.

Embora uma boa pescaria seja a meta do grupo – afinal partiram equipados com os mais variados tipos de anzóis e discutindo as melhores técnicas para fisgar o melhor peixe – eles também encontram tempo para contemplar o ecossistema fotografar a fauna e a flora do Pantanal. “Certamente vamos voltar no próximo ano. Nem tanto pelo peixe, mas pela diversão”.

Boa temporada

A empresária de turismo Raquel Ribeiro, da Raqueltur.com, avaliou como “positiva” a temporada de pesca que termina na próxima quinta-feira. Fez aproximadamente 75 viagens utilizando dois barcos-hotéis durante o ano. “Foi um período muito bom, no mínimo igual a 2004. Nossa expectativa é que 2006 seja ainda mais expressivo”, observou.

Ela adiantou que nos 118 dias de defeso não promoverá dispensas e manterá os 32 funcionários da agência trabalhando. “Só conseguimos isso porque tivemos bom índice de viagens com pacotes completos”, explicou ao Corumbá On Line.

Integrante do Conpesca (Conselho Estadual de Pesca), ela sugeriu que num futuro – que espera estar próximo – possa operar por um período de 11 meses, adotando o pesque e solte durante a Piracema e, permitindo levar um exemplar de peixe, chamados de “troféus” pelos turistas, na temporada normal. “É possível, faltam legislação e fiscalização”, frisou. Para ela, a medida resolveria “muito a questão do desemprego”.

Mesmo com outras vertentes do turismo crescendo, no município, Raquel acredita que Corumbá não pode “abandonar” a pescaria. “A pesca atrai, é o nosso forte”, destacou.