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Geral

UFMS monta laboratório para prever raio 30 minutos antes

Aline dos Santos, Campo Grande News - 21 de agosto de 2009 - 17:35

O dia 19 de agosto foi marcado por uma “chuva de raios” em Mato Grosso do Sul. Conforme o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram 39.752 raios em um único dia. Nesta mesma data.

“Desde que monitoramos essas descargas elétricas aqui, nunca houve isso”, diz Adilson Panizza, gerente de operações da Enersul que há 5 anos acompanha a queda de raios em quatro regiões no Estado.

Ele compara que em 2008, o dia de maior intensidade de descargas elétricas foi em novembro, época de verão, normalmente mais propensa a esse tipo de fenômeno.
Além de risco de morte, os raios afetam serviços como de abastecimento de energia.

Para tentar minimizar esses efeitos, o Laboratório de Ciências Atmosféricas da UFMS vai monitorar Campo Grande para antecipar, em pelo menos meia hora, se a chuva terá grande quantidade de raios. O monitoramento do campo elétrico será feito em seis pontos da Capital. O primeiro sensor já foi instalado no campus da UFMS.

“Vai ser a primeira cidade do Brasil a ter esse tipo de monitoramento”, salienta Moacir Lacerda, do Laboratório de Ciências Atmosféricas da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Temporal - Na última quarta-feira o Estado atraiu 55% do total de raios no País, onde foram 71.864 descargas atmosféricas. Além de Mato Grosso do Sul, o Inpe monitora os raios no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Maranhão, Distrito Federal, além de parte do Pará e Mato Grosso.
“É bastante preocupante quando chega a esse nível, por que há mais acidentes”, afirma o professor Moacir Lacerda.
De acordo com ele, o aumento na quantidade de raios é um fenômeno identificado no mundo todo. Uma hipótese é de que o comportamento da atmosfera já reflita as mudanças ambientais global.
“O raio não é um fenômeno simples. São várias descargas que descem dentro do mesmo canal”, define. A sucessão de descargas se torna visível quando o raio corta o céu com traços luminosos.
Antecipar – A previsão é que o sistema para monitorar raios, da UFMS, funcione a partir de outubro.

Atualmente, no País, os sistemas monitoram apenas a queda dos raios. De acordo com Lacerda, o laboratório, que funciona há três anos, vai desenvolver o projeto de previsão de raios com tecnologia desenvolvida em Mato Grosso do Sul

Como os equipamentos são caros, a UFMS vai adquirir somente os componentes e montar os medidores de campo elétrico.

Os recursos são da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) e do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

Mortes - Nesta semana, dois jovens morreram no Estado em decorrência de raios. Na terça-feira, André Luiz Biage Gonçalves, 23 anos, foi atingido por um raio quando estava na rua, no Jardim Colúmbia.

Ele foi levado para a Santa Casa, onde morreu dois dias depois, à espera de vaga no CTI (Centro de Terapia Intensiva). Um dia depois, em Bandeirantes, a vítima foi Alex Bauer Somavilla, de 22 anos. Ele recebeu a descarga atmosférica pelo celular

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