No momento em que o Brasil se torna o maior exportador de couro do mundo, a União Democrática Ruralista (UDR), decidiu liderar uma campanha nacional para que o valor desse subproduto seja incluído no preço pago pelo boi abatido. De janeiro a julho, o Brasil exportou 15,6 milhões de couros, que renderam US$ 710,6 milhões.

O presidente da entidade, Luiz Antonio Nabhan Garcia, lembra que "o criador recebe apenas pela carcaça do boi, ou seja, o dianteiro e o traseiro." Entretanto, um boi médio perde quase 50% do seu peso quando é transformado em carcaça pelo frigorífico. Além do couro, o pecuarista nada recebe pelo fígado, rins e coração, bucho, tripas ou pelo sebo.

Esses produtos, no entanto, ressalta Luiz Antonio Nabhan, são altamente valorizados, sobretudo no mercado externo. Os frigoríficos processam e exportam o bucho e as tripas principalmente para a Itália. O couro cru de um animal de 500 quilos, segundo ele, rende em média de R$ 120 por unidade. E depois de processado, passa a valer até R$210.