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Turismo de Angra ainda sofre com tragédia

Agência Brasil/ Cristiane Ribeiro - 11 de fevereiro de 2010 - 12:46

A pousada do casal Rita e Gino Rodrigues, na Estrada do Contorno, no centro de Angra dos Reis, faz parte do corredor turístico da cidade e está entre os quase 1,6 mil empreendimentos do setor no município que tiveram uma queda de cerca de 50% das ocupações em janeiro e início deste mês de fevereiro. Os hóspedes cancelaram as reservas ou simplesmente não apareceram depois que a cidade foi atingida por um forte temporal na virada do ano. Terra e pedras deslizaram de morros e encostas matando 53 pessoas.

A empresária Rita de Cássia Rodrigues admite que ainda não se recuperou do “banho de água fria” que a população de Angra tomou no dia 31 de dezembro do ano passado e no dia 1º deste ano. Ela lembra que todo o setor turístico da cidade fez investimentos grandes ao longo de 2009 na expectativa de ter pousadas, hotéis, bares e restaurantes lotados no verão.

“Além da tristeza pela morte de pessoas, estamos amargando prejuízos incalculáveis. Só para ter uma ideia, em janeiro a procura de turistas foi inferior à baixa temporada.”

Agora, segundo Rita de Cássia, o número de reservas aumentou um pouco, “mas as pessoas quando telefonam ainda perguntam se a pousada fica perto de encostas ou se os acessos estão com algum tipo de bloqueio". "Eles estão assustados com tudo o que foi dito na mídia sobre a situação em Angra dos Reis depois da tragédia”, acrescentou.

A empresária reconhece o esforço que a prefeitura da cidade está fazendo para minimizar os prejuízos do setor, que sozinho responde por quase 35% da economia local, empregando em média 7 mil pessoas. Mas afirma que as medidas anunciadas, como a redução do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e a liberação de empréstimos com juros inferiores aos praticados no mercado não se concretizaram.

“O prefeito anunciou uma redução de 15% no IPTU, mas já recebemos os carnês deste ano e não há qualquer desconto. Diante dos prejuízos que tivemos, muitos colegas ainda não conseguiram fazer o pagamento”, disse Rita.

O presidente da TurisAngra, Marcus Venissius Barbosa, confirmou a iniciativa do prefeito Tuca Jordão. Segundo ele, já foram enviados para a Câmara Municipal os projetos de lei que preveem a redução de 15% no IPTU e de 5 para 2% do ISS para os empreendimentos de turismo.

Além disso, uma equipe da Investe Rio, agência de fomento do governo do estado, está na cidade para orientar os empreendedores prejudicados pelas chuvas e oferecer empréstimos que vão de R$ 500 a R$ 50 mil.

“Todos nossos equipamentos estão recuperados e Angra, que divide com a capital, Rio de Janeiro, e com os municípios de Petrópolis, Búzios e Paraty a indicação do Ministério do Turismo como os melhores destinos indutores de turismo, está preparada para receber todos que queiram conhecer as belezas históricas e também de suas 365 ilhas”, garantiu.

Washington Luiz da Costa Ribeiro também sentiu no bolso o afastamento dos turistas da cidade. Ele tem um barco e há 12 anos faz passeios para a Ilha Grande e outras ilhas na enseada e disse que esta é a primeira vez que, depois de um dia inteiro parado no cais, volta para casa sem um real no bolso.

“Mesmo com os dias ensolarados que tem feito em Angra, ninguém quer entrar no mar. Acho que eles temem uma mudança no tempo e acham que não vai dar tempo de voltar para o continente.”




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