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TRÊS LAGOAS:Promotor cobra segurança para cidade

Perfil News - 22 de dezembro de 2004 - 14:19

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A preocupação com a situação da segurança pública de Três Lagoas e a experiência de 12 anos como Promotor Criminal levaram o representante do Ministério Publico, Antonio Carlos Garcia de Oliveira a enviar um ofício ao Secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado, Antonio Braga, relatando a situação, segundo ele, “precária” do policiamento na cidade.

No ofício, enviado em novembro, entre outros assuntos, o promotor fala do alto índice de ocorrências na cidade, no qual foram registradas mais de 900 ocorrências no primeiro semestre. A falta de uma ação mais rígida da polícia, de viaturas e de policiais militares e a informação de que em certos bairros a polícia não pode penetrar, também foram abordadas. A razão da preocupação está em perceber que a Polícia Militar, apesar de seu esforço, não consegue cumprir na plenitude a sua atividade “preventiva-ostensiva”, conforme trecho extraído do documento.


POPULAÇÃO RECLAMA

Oliveira explicou que vem recebendo uma série de reclamações da população sobre o mau atendimento nas delegacias. “Isso quando a pessoa não liga no 190, como aconteceu comigo, para fazer uma ocorrência de furto e os policiais militares mandam que a pessoa se encaminhe ao Distrito Policial, já que o fato já aconteceu”, acrescentou. Oliveira teve o toca CD do seu veículo furtado há alguns meses atrás.

Conforme o promotor, no documento foi pedido o retorno das “blitz” noturnas nos bairros periféricos da cidade. “A Polícia, tanto Militar quanto Civil, tem que planejar essas blitzes, o lugar da polícia é nas ruas, o tempo todo”. Oliveira comentou também que comparando as duas polícias a Civil está bem mais ausente em Três Lagoas.

ACUMULO DE TRABALHO

Oliveira explicou que dado ao excesso de trabalho dos policiais e falta de recursos humanos, a polícia acaba tendo que escolher qual ocorrência atender ou qual caso investigar. “Os policiais acabam escolhendo o caso mais importante para trabalhar, não que isso seja correto perante a constituição, mas é o que acaba acontecendo, já que a PM não possui viaturas e policiais suficientes”, acrescentou. O promotor explicou que as investigações desenvolvidas pela civil são “quase precárias, fora do padrão e que a cidade necessita de mais delegacias e mais pessoal capacitado, além de melhores equipamentos”.

MAU ATENDIMENTO

Um dos pontos levantados pelo promotor também foi a demora no atendimento das ocorrências pela Polícia Militar e até mesmo o mau atendimento nas delegacias. “Teve um caso que eu fiquei sabendo que a pessoa só foi atendida após duas horas do fato, isso não pode acontecer. Outras estão tendo que investir em segurança privada já que não possui a pública. A população não pode se acomodar desta forma”, completou.

Conforme o promotor, na cidade de Cassilândia, onde existem cerca de 20 mil habitantes, o número de viatura nas ruas é bem maior que em Três Lagoas. Ele explicou que a cidade precisa de pelo menos seis viaturas em bom estado de conservação. “Outro exemplo, Andradina conta com uma média de oito viaturas da PM, e não com duas em bom estado como acontece em nossa cidade”.

Oliveira se mostrou contra a implantação de uma Unidade Mista de Polícia em Três Lagoas. Ele explicou que o fator não resolveria o problema de falta de efetivo. “Poderia dar certo provisoriamente, mas não seria o ideal”.

No ofício o promotor sugere a implantação de uma unidade da Rotai na cidade além de pedir mais armamentos e viaturas a Polícia Militar. “Temos que agradecer o avanço que é a formação de novos policiais militares, mas paralelamente temos que investir no aparelho militar (viaturas, armamentos pesados, etc), o que está faltando a nossa Polícia. Não se pode contemplar que a Polícia Civil possa receber veículos do mesmo modelo daqueles da PM. Trata-se de desperdício de dinheiro, pois como se sabe a Civil utiliza-se menos de veículos e tão somente para realização de intimações e investigações, diferente da PM que utiliza muito de seus veículos para o policiamento ostensivo em geral”, outro trecho tirado do ofício.

DESCRÉDITO PERANTE A COMUNIDADE

O promotor disse também que a segurança pública de Três Lagoas está caindo em descrédito, já que muitas pessoas quando são vítimas de furtos ou outros casos não estão mais registrando as ocorrências. “O mecanismo da Justiça inteiro está com muitas falhas, está faltando uma melhor distribuição da Justiça. As pessoas estão começando a fazer justiça com as próprias mãos”, denunciou diante do grande número casos de vinganças que vem acontecendo na cidade.

RESPOSTA

O Secretário de Segurança Pública, Antonio Braga, respondeu ao ofício declarando que o ofício enviado pelo promotor havia sido encaminhado aos comandos das polícias civil e militar, para que fossem determinadas as medidas para a junção de forças em prol de ações.

Braga declarou também que estão em andamento cursos de formação de policiais que deverão preencher as vagas nos quadros de nossas policias e que já esta viabilizando junto aos governos federal e estadual projetos para aquisição de equipamentos (viaturas, armamentos, etc). A resposta foi encaminhada no dia 25 de novembro, logo após o fato, iniciaram uma série de blitz na cidade.

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