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TRÊS LAGOAS:Promotor cobra segurança para cidade
A preocupação com a situação da segurança pública de Três Lagoas e a experiência de 12 anos como Promotor Criminal levaram o representante do Ministério Publico, Antonio Carlos Garcia de Oliveira a enviar um ofício ao Secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado, Antonio Braga, relatando a situação, segundo ele, precária do policiamento na cidade.
No ofício, enviado em novembro, entre outros assuntos, o promotor fala do alto índice de ocorrências na cidade, no qual foram registradas mais de 900 ocorrências no primeiro semestre. A falta de uma ação mais rígida da polícia, de viaturas e de policiais militares e a informação de que em certos bairros a polícia não pode penetrar, também foram abordadas. A razão da preocupação está em perceber que a Polícia Militar, apesar de seu esforço, não consegue cumprir na plenitude a sua atividade preventiva-ostensiva, conforme trecho extraído do documento.
POPULAÇÃO RECLAMA
Oliveira explicou que vem recebendo uma série de reclamações da população sobre o mau atendimento nas delegacias. Isso quando a pessoa não liga no 190, como aconteceu comigo, para fazer uma ocorrência de furto e os policiais militares mandam que a pessoa se encaminhe ao Distrito Policial, já que o fato já aconteceu, acrescentou. Oliveira teve o toca CD do seu veículo furtado há alguns meses atrás.
Conforme o promotor, no documento foi pedido o retorno das blitz noturnas nos bairros periféricos da cidade. A Polícia, tanto Militar quanto Civil, tem que planejar essas blitzes, o lugar da polícia é nas ruas, o tempo todo. Oliveira comentou também que comparando as duas polícias a Civil está bem mais ausente em Três Lagoas.
ACUMULO DE TRABALHO
Oliveira explicou que dado ao excesso de trabalho dos policiais e falta de recursos humanos, a polícia acaba tendo que escolher qual ocorrência atender ou qual caso investigar. Os policiais acabam escolhendo o caso mais importante para trabalhar, não que isso seja correto perante a constituição, mas é o que acaba acontecendo, já que a PM não possui viaturas e policiais suficientes, acrescentou. O promotor explicou que as investigações desenvolvidas pela civil são quase precárias, fora do padrão e que a cidade necessita de mais delegacias e mais pessoal capacitado, além de melhores equipamentos.
MAU ATENDIMENTO
Um dos pontos levantados pelo promotor também foi a demora no atendimento das ocorrências pela Polícia Militar e até mesmo o mau atendimento nas delegacias. Teve um caso que eu fiquei sabendo que a pessoa só foi atendida após duas horas do fato, isso não pode acontecer. Outras estão tendo que investir em segurança privada já que não possui a pública. A população não pode se acomodar desta forma, completou.
Conforme o promotor, na cidade de Cassilândia, onde existem cerca de 20 mil habitantes, o número de viatura nas ruas é bem maior que em Três Lagoas. Ele explicou que a cidade precisa de pelo menos seis viaturas em bom estado de conservação. Outro exemplo, Andradina conta com uma média de oito viaturas da PM, e não com duas em bom estado como acontece em nossa cidade.
Oliveira se mostrou contra a implantação de uma Unidade Mista de Polícia em Três Lagoas. Ele explicou que o fator não resolveria o problema de falta de efetivo. Poderia dar certo provisoriamente, mas não seria o ideal.
No ofício o promotor sugere a implantação de uma unidade da Rotai na cidade além de pedir mais armamentos e viaturas a Polícia Militar. Temos que agradecer o avanço que é a formação de novos policiais militares, mas paralelamente temos que investir no aparelho militar (viaturas, armamentos pesados, etc), o que está faltando a nossa Polícia. Não se pode contemplar que a Polícia Civil possa receber veículos do mesmo modelo daqueles da PM. Trata-se de desperdício de dinheiro, pois como se sabe a Civil utiliza-se menos de veículos e tão somente para realização de intimações e investigações, diferente da PM que utiliza muito de seus veículos para o policiamento ostensivo em geral, outro trecho tirado do ofício.
DESCRÉDITO PERANTE A COMUNIDADE
O promotor disse também que a segurança pública de Três Lagoas está caindo em descrédito, já que muitas pessoas quando são vítimas de furtos ou outros casos não estão mais registrando as ocorrências. O mecanismo da Justiça inteiro está com muitas falhas, está faltando uma melhor distribuição da Justiça. As pessoas estão começando a fazer justiça com as próprias mãos, denunciou diante do grande número casos de vinganças que vem acontecendo na cidade.
RESPOSTA
O Secretário de Segurança Pública, Antonio Braga, respondeu ao ofício declarando que o ofício enviado pelo promotor havia sido encaminhado aos comandos das polícias civil e militar, para que fossem determinadas as medidas para a junção de forças em prol de ações.
Braga declarou também que estão em andamento cursos de formação de policiais que deverão preencher as vagas nos quadros de nossas policias e que já esta viabilizando junto aos governos federal e estadual projetos para aquisição de equipamentos (viaturas, armamentos, etc). A resposta foi encaminhada no dia 25 de novembro, logo após o fato, iniciaram uma série de blitz na cidade.