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Tremor de terra no Ceará é o maior já registrado

Luciana Lima/ABr - 22 de maio de 2008 - 15:06

Brasília - O tremor de terra ocorrido ontem (21) na região da cidade de Sobral, interior do Ceará, e na cidade de Fortaleza, foi o maior já registrado na região, garante o chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Lucas Vieira Barros.

Os tremores ocorreram durante o dia. O primeiro atingiu 4,3 graus na escala Richter. O segundo, 3,9 graus. Outros pequenos abalos foram sentidos durante a noite e muitos moradores das cidades de Sobral, Alcântaras e Meruoca, epicentro do abalo, acabaram dormindo fora de suas casas, com medo. Não há registros de feridos.


"Na realidade ontem não aconteceu um abalo só. Aconteceram dois num espaço de tempo de três minutos, quase que um sobrepondo o outro", descreveu o professor em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

O professor disse ainda que não há como se afirmar a existência de um aumento no número de abalos sísmicos nos últimos anos. "Muita gente tenta associar esses abalos sísmicos a alterações no planeta feitas pelo homem. Na verdade a origem dos terremotos está no interior da terra. Essa ação do homem no ambiente natural não tem nada a ver. Os abalos são respostas às forças que estão atuando no interior da terra", explicou.


"É claro que eles passaram a acontecer mais próximos dos centros urbanos até porque a população aumentou ao longo dos anos", ressaltou o professor.

Barros afirma que, dificilmente, um terremoto de grande magnitude atingiria o Brasil. De acordo com o professor, o Brasil está no centro da placa tectônica da América do Sul.

"A possibilidade de abalos sísmicos no Brasil é bem menor do que a que ocorre lá nos limites das placas, onde elas estão se roçando, se quebrando e gerando tremor de terra. A placa da América do Sul sobre a qual o Brasil está e todos os país sul americanos, tem seus limites no meio do Oceano Atlântico e na Cordilheira dos Andes. Dificilmente um grande terremoto que aconteça no limite das placas, que é onde acontece mesmo os grandes terremotos, iria afetar do Brasil", disse.

Lucas Barros disse ainda que é impossível prever os terremotos. "As origens estão entre cinco a dez quilômetros para o centro da terra. O que se pode fazer é se preparar, estimulando construções capazes de resistir aos abalos. Isso é feito mundo afora nos países com maior incidência de terremoto. A preparação é fundamental. É por isso que terremotos de mesma magnitude provocam quantidade menor ou maior de danos. É porque existem países mais e outros menos preparados", disse o professor.



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