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Mundo Fitness: treino de motricidade. Sabe o que é?

Mundo Fitness

Sua Corrida - 25 de agosto de 2023 - 11:00

Mundo Fitness: treino de motricidade. Sabe o que é?

O corpo humano é uma máquina complexa, que depende do bom funcionamento de todas as suas engrenagens para funcionar legal. Isso vale para tudo o que fazemos, inclusive, correr.

Para que a prática esportiva seja prazerosa e você consiga ter uma ótima performance, não basta somente trabalhar o condicionamento aeróbico e fortalecer os músculos. É importante também desenvolver os estímulos oferecidos pelo cérebro. A união dessas funções nervosas e físicas, que possibilitam o movimento humano, é chamado de motricidade, algo vital para nós. “O corpo é uma coisa só. Você precisa ter a cabeça, o tronco e os membros em harmonia para que o exercício seja realizado com coordenação, velocidade e organização”, destaca o educador físico Plinio Oswaldo Assmann Junior, que atua há 35 anos no esporte e se especializou em treino de motricidade.

Além da corrida de rua, uma de suas paixões, Assmann foi beber na fonte da natação, da ginástica artística e do futebol para desenvolver seus métodos de treinamento sob a ótica motricista. Seu trabalho não é formar campeões, num primeiro momento, mas fazer com que o aluno obtenha um corpo saudável e com a motricidade organizada.

“O esporte sempre esteve na minha vida, desde criança. Eu me dediquei por muito tempo a áreas que trabalham o equilíbrio do corpo, como a ginástica e o futebol. Já adulto, a corrida entrou como complemento dessas atividades. Hoje, me condiciono e me mantenho ativo por meio dela. Esse é o conceito que passo para meus alunos, é uma mentalidade campeã.”

MOVIMENTO SAUDÁVEL
Ao longo de mais de três décadas analisando os movimentos do corpo quase todos os dias, o educador físico percebeu que a mobilidade de uma criança e de uma pessoa na terceira idade tem muita coisa em comum.

“Aos oito anos, uma criança está no auge da formação psicomotricista. Isso, para ela, significa desenvolver atividades como rastejar, engatinhar, rolar, saltar, pular e correr. Já aos 80 anos, faltam todos esses elementos para uma pessoa, por conta da mobilidade. Porém, tanto numa ponta quanto na outra da vida, se a pessoa realizar exercícios de equilíbrio, força e velocidade, vai ter um dia a dia com bem mais disposição.”

Assmann acredita que o treino de motricidade ideal deve começar com uma atividade aeróbica de até 30 minutos, seguida de exercícios localizados de força e equilíbrio (em bases instáveis, como a bola de pilates e o bosu). Por fim, é feito um desaquecimento, com séries que ajudam o corpo a relaxar e ficar mais solto. “O aeróbico, seja ele corrida, seja caminhada, seja bicicleta, seja elíptico, é fundamental para a prática esportiva. É neste momento que o corpo entende que é hora de se concentrar na atividade cardiovascular e na respiração, esquecendo coisas como o trabalho ou preocupações paralelas.”

A CORRIDA COMO TERAPIA

Assmann, que corre duas vezes por semana visando saúde, também gosta do termo psicologia fora das quatro paredes. Segundo o treinador, alguns alunos até chegaram a parar ou diminuir as horas de análise e aumentaram as horas de corrida, já que é possível conversar durante o treino. O diálogo, para ele, é algo poderoso, principalmente para quem nunca fez esporte e está sedentário, desmotivado.

“O primeiro passo é ter a atitude de querer mudar. Só o fato de essa pessoa procurar um profissional da saúde já é um avanço e, no meu caso, me satisfaz. A partir disso, tenho a missão de mostrar como o exercício pode ser benéfico e contribuir para a melhoria de vida. Um exemplo que sempre dou é que quando você está bem condicionado e passa por uma doença ou acidente articular, geralmente sai dessa melhor. Sem qualidade de vida, você encontra maior dificuldade para vencer esses problema.”

UM TREINO MUITO ESPECIAL
Dentre os muitos trabalhos realizados, o que mais encantou Plínio Assmann foi o de treinar crianças com problemas motores e com graus de autismo. Foi também um grande desafio, muito por conta da resistência dos pais em “liberar” o filho para o mundo. “Muitos não buscam ajuda para que as crianças possam melhorar a condição motora. Com as aulas, fui percebendo que o esporte as ajudava a organizar melhor o corpo e a motricidade. Tive alunos que começaram desde muito pequenos. Hoje, mesmo com alguns problemas de coordenação, conseguem se exercitar e se expressar melhor. Eles vivem a vida da maneira mais natural possível.”

A experiência com o autismo tornou o educador físico mais sensível. Isso, aliado aos muitos anos na área, fizeram com que Assmann identificasse rapidamente as necessidades de cada aluno, e conseguisse executar movimentos parecidos para estimulá-lo. “Quando ando com uma senhora, vou no ritmo dela, mas sempre exigindo um pouco mais, e mostro que esse estímulo é saudável. Cada pessoa tem um biótipo e é preciso trabalhar individualmente.”

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