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Trabalho rural é líder em número de acidente em MS

Aline dos Santos / Campo Grande News - 28 de abril de 2005 - 12:38

O trabalho no campo ou ligado à agropecuária é a atividade laboral que maior risco traz aos trabalhadores em Mato Grosso do Sul. É neste setor que ocorre o maior número de acidentes de trabalho. Em 2003, dos 5.022 casos registrados, 987 aconteceram no campo. “Os acidentes acontecem, em geral, durante o manuseio de máquinas e equipamentos agrícolas”, lembra a chefe do núcleo de Segurança e Saúde do Trabalho da DRT (Delegacia Regional do Trabalho), Clotilde Novaes.
Dados parciais de 2004, sobre pessoas que sofreram acidentes no trajeto para o trabalho, durante a atividade ou desenvolveram doenças ocupacionais, já somam 3,8 mil registros, com 38 trabalhadores mortos.
Conforme o vice-presidente do Fórum de Saúde e Segurança de Mato Grosso do Sul, Antônio Pionte, existe uma estimativa de aumento de 20% em relação a 2003, o que representaria 6.026 acidentes.
Alimentando essas estatísticas há casos como o do trabalhador rural Juliano Alves de Brito, de 19 anos, que perdeu a perna direita depois de ser sugado por uma trituradeira de cana, quando trabalhava na Fazenda Pastoril Jatobá, próximo a Três Lagoas. Ou do operário Ataíde Daniel Silva,de 59 anos, que foi sugado para o interior do fosso de um silo grãos de trigo em Dourados e perdeu a vida em decorrência do acidente.
Para a Fetagri (Federação dos Trabalhadores em Agricultura), além dos acidentes no ambiente do trabalho, outra preocupação é com as doenças que os trabalhadores poderão desenvolver devido ao contato com agrotóxicos. “Constantemente realizamos seminários para instruí-los sobre os riscos e formas de proteção”, conta a técnica sindical Ana Bisneto.
No ranking das atividades que mais oferecem riscos à segurança do trabalhador, a indústria de alimentação ocupa o segundo lugar, com 565 registros. E em terceiro lugar está a construção civil com 234 acidentes.
Entretanto, a técnica em saúde do Cerest (Centro estadual de Referência em Saúde do Trabalhador) observa que os dados auferidos pelos órgãos de fiscalização não representam com exatidão a realidade, já que não englobam os trabalhadores informais. “Os que trabalham sem carteira assinada não são contabilizados, o que pode aumentar, e muito, o total de vítimas”, pondera Auxiliadora.
Para traçar um perfil dos trabalhadores excluídos das estatísticas, o Cerest vai concluir até o mês de julho um levantamento nos hospitais. “Através dos prontuários médicos, que descriminam a causa do acidente e o ramo de atividade do trabalhador, vamos obter informações sobre essas pessoas”, explica.
De acordo com dados do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), em 2004, no Estado, 2.756 pessoas receberam benefícios por auxílio doenças, aposentadoria por invalidez e pensão por morte de acidentes do trabalho. Os benefícios totalizaram R$ 1,6 milhões.

Atendimento aos trabalhadores – O Cerest, que funciona desde novembro de 2003, disponibiliza atendimento médico e jurídico para as vítimas de acidentes de trabalho. A equipe médica é multidisciplinar e conta com especialidades como fisioterapia, psicologia e ortopedia. “Os pacientes são encaminhados pelos hospitais ou pelos sindicatos. O atendimento médico aos trabalhadores acontece às segundas, quartas e sextas”, afirma a técnica em saúde. Mais informações através do telefone (67) 312-1114.

Hoje é comemorado o Dia Internacional das Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas no Trabalho.

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