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Torcedora que insultou Aranha se trata com psiquiatra e terá de se mudar

Extra - 13 de setembro de 2014 - 14:05

Patrícia Moreira, a torcedora do Grêmio que insultou o goleiro Aranha, do Santos, vive sob efeitos de remédios. Após os acontecimentos das últimas duas semanas, que culminaram com a sua demissão do trabalho, a acusação de injúria racial e até com o clube gaúcho excluído da Copa do Brasil pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a jovem tem acompanhamento psiquiátrico e vive isolada da família e amigos. Mais do que isso, ela terá que se mudar de Porto Alegre para recomeçar.

— A Patrícia tem acompanhamento psiquiátrico e está sendo medicada. Ela está sofrendo muita pressão. Ainda está muito abalada. Não sei se vai conseguir recomeçar a vida dela na cidade. Acho que ela só poderá retomar tudo, ter uma vida normal, ao se mudar do município — contou o advogado, Alexandre Rossatto.

Além da torcedora, a família dela vive com medo, principalmente de sofrerem represálias ou agressão física.

— Eles estão com medo, principalmente pelas integridades físicas. Não aparecem publicamente. Mas se tivessem aparecido, poderia ter sido uma situação pior. Estão todos temerosos — disse o advogado.

A situação piorou após a casa onde a jovem morava na Zona Norte de Porto Alegre ter sido incendiada na madrugada de sexta-feira. Por estar isolada, Patrícia só descobriu na noite de sexta, quando seus irmãos lhe informaram pessoalmente.

— Ela está isolada, sendo preservada de tudo. Não tem contato com nada, está sem internet. Só tem televisão. Os irmãos foram até lá para contarem a ela — falou Rossatto.

Residência será alugada

Desde o dia 29 de agosto, um dia após Patrícia ser flagrada pelas câmeras da “ESPN Brasil” chamando o goleiro Aranha de “macaco”, nem ela e nem qualquer pessoa da família retornou ao local. A residência já seria alugada antes do ato de vandalismo. Agora, passará por reparos para ser locada.

Um suspeito foi identificado e detido no final da tarde de sexta-feira, nas imediações da moradia. Ele foi reconhecido por foto por uma testemunha. O homem, que tem passagens por tráfico de drogas e porte ilegal de arma, confessou o crime.

– Desde o jogo do Grêmio ela não volta para casa. O incêndio foi de pequenas proporções. Eles vão alugar a casa sim. Como o delegado Thiago já esteve no local com a perícia, eles já liberaram. Então vamos acelerar o processo para tudo ficar arrumado e colocá-la para locação – falou Rossatto.

O caso é investigado pela 14ª Delegacia de Polícia da capital gaúcha. No ato, não havia pessoas na residência. Segundo o delegado Thiago Baldin, o fogo atingiu a parte abaixo da varanda da casa, onde estava o medidor de luz, que ficou completamente queimado.

— Após o reconhecimento pessoal da testemunha, vamos entrar com pedido de prisão preventiva. Somente depois da perícia teremos a certeza se foi criminal ou não e os danos causados — disse Baldin.

Responsável pelo inquérito do caso de racismo, o delegado da 4ª DP, Herbert Ferreira, afirmou que a conclusão será no final da próxima semana. Ele ainda espera algumas imagens.

— O caso está tomando uma proporção que não pode. A menina está vivendo escondida. Até a semana que vem, concluo inquérito — afirmou Ferreira.

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