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Mundo Fitness: tontura é um problema maior para o idoso
Mundo Fitness
A expectativa de vida humana aumentou de 50 para 74,5 anos desde o início do século passado. Sabe-se que o envelhecimento gera modificações estruturais e funcionais no organismo, diminuindo a vitalidade e favorecendo o aparecimento de diversas doenças. As tonturas são comuns em todas as faixas etárias, principalmente nos idosos e no sexo feminino.
Estima-se que uma em cada 10 pessoas no mundo tem ou teve tontura de origem labiríntica. A tontura constitui o segundo sintoma de maior prevalência, perdendo em freqüência para a cefaléia (dor de cabeça), a partir dos 65 anos. De acordo com estudos, em indivíduos com mais de 75 anos, a prevalência é da ordem de 80%.
A redução da função labiríntica na população, com idade superior a 70 anos, pode limitar as atividades físicas ou tornar o indivíduo dependente, além de gerar um forte impacto psicológico, diminuindo a qualidade de vida.
O envelhecimento também provoca diminuição da audição (presbiacusia). Outros fatores, além do processo de envelhecimento natural, estão relacionados, dentre eles ressaltamos a exposição a ruído, fatores vasculares, metabólicos e hereditários. Em geral, a perda de audição é do tipo neurossensorial, bilateral, simétrica e mais acentuada nas freqüências mais agudas.
As principais formas de tratamento para as disfunções vestibulares são medicamentosa, cirúrgica e reabilitação labiríntica. A reabilitação labiríntica pode promover a cura completa em 30% dos casos e diferentes graus de melhora em 85% dos indivíduos. Esse tipo de intervenção é desenvolvido por fonoaudiólogos, e visa contribuir na formulação de procedimentos e técnicas voltadas a superação e/ou a redução dos efeitos nocivos decorrentes da vertigem.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao ano de 2000, registraram quase 25 mil brasileiros com idade acima de 100 anos. De acordo com a OMS, em 2025 serão dois bilhões de pessoas com mais de 60 anos em todo o mundo.
Gostaria de ressaltar que, com o aumento gradativo da população idosa, o exame do labirinto (exame específico para quem tem tontura) é de grande ajuda na detecção de alterações originadas por este órgão, bem como, de uma intervenção precoce por meio da reabilitação labiríntica, permitindo que o idoso retorne o mais rápido possível as suas atividades de vida diária.
*Por Bianca Simone Zeigelboim, fonoaudióloga, doutora em Ciência dos Distúrbios da Comunicação Humana pela UNIFESP - Escola Paulista de Medicina, Responsável pelo Laboratório de Otoneurologia e Coordenadora do Programa de Mestrado em Distúrbios da Comunicação da Universidade Tuiuti do Paraná.