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Testemunho de ex-secretária provoca novos depoimentos

Agência Câmara - 29 de junho de 2005 - 06:50

O publicitário Marcos Valério de Souza, vice-presidente financeiro da SMP&B Comunicação, e funcionários da empresa mineira serão convidados a depor no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, no processo que apura a quebra de decoro por parte do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). A informação é do relator do processo, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA).
O relator afirmou que os convites se tornaram necessários depois do depoimento da ex-secretária da empresa Fernanda Karina Ramos Somaggio, que foi ouvida hoje por quase cinco horas no Conselho de Ética. No seu depoimento, Fernanda declarou que alguns funcionários da SMP&B, como a diretora financeira, Simone Vasconcelos, conheciam a movimentação de dinheiro feita por Marcos Valério. Os empregados teriam testemunhado o transporte de dinheiro entre Belo Horizonte, Brasília e São Paulo. Segundo a ex-secretária, o publicitário costumava ordenar grandes saques às vésperas de viajar para Brasília. Ainda segundo a secretária, o dinheiro seria distribuído na capital para pessoas que ela não soube identificar.
De acordo com informações divulgadas pela revista IstoÉ, entre julho de 2003 e maio de 2005 as empresas SMP&B e DNA Participações sacaram R$ 20,9 milhões de contas nos Bancos do Brasil e Rural. Valério também é sócio da DNA.
O publicitário foi apontado por Roberto Jefferson como um dos principais integrantes do suposto esquema do "mensalão", em que deputados recebiam uma mesada para votar a favor do Governo.

Contatos com Dirceu
Fernanda confirmou que Marcos Valério também falava com assiduidade com o ex-ministro da Casa Civil, o deputado José Dirceu (PT-SP). Ela relatou que pelo menos uma vez ligou para a secretária de Dirceu em São Paulo a pedido do seu chefe. Segundo Fernanda, Dirceu era o único ministro a ter relações próximas com o publicitário.

Desconhecimento da mesada
Fernanda Karina disse que, durante os nove meses em que trabalhou na empresa do publicitário, não ouviu falar em nenhum momento sobre "mensalão". Questionada por deputados, ela também não soube explicar a origem do dinheiro que o publicitário movimentava em suas contas.
A secretária disse desconhecer que Marcos Valério seja proprietário de fazendas ou possua gado. Em recente entrevista à imprensa, ele disse que a movimentação de dinheiro na conta do Banco Rural era para pagar a compra de um rebanho.

Novos depoimentos
Amanhã os integrantes do Conselho de Ética devem ouvir dois deputados: Pedro Henry (PP-MT) e Carlos Rodrigues (PL-RJ). Na quinta-feira será ouvido o líder do PTB, José Múcio Monteiro (PE).
O presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), afirmou que amanhã deverá colocar em votação os mais de 70 requerimentos apresentados pelos deputados para a convocação de depoentes. Entre eles estão o que convida o presidente do PT, José Genoíno, e Delúbio Soares.
Izar disse também que os trabalhos do Conselho serão interrompidos caso haja recesso parlamentar. Pela Constituição, a atividade do Legislativo só pode continuar no meio do ano em caso de autoconvocação ou convocação extraordinária do Congresso.



Reportagem - Janary Júnior
Edição - Regina Céli Assumpção

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