Geral
Terra já vale menos, segundo levantamento
Encolhimento do agronegócio reduz valor do preço do hectare em 0,1% .
A crise financeira, que restringiu o crédito e derrubou os preços das commodities agrícolas e minerais, também já afeta o mercado de terras no Brasil.
Nos últimos 12 meses, a valorização média dos preços das terras foi de 12,5%, mas em termos nominais. "Descontando-se a inflação no período, houve queda de 0,1% em 12 meses, o que significa que já começa a haver perda de patrimônio", diz Jacqueline Bierhals, analista da consultoria Agra FNP.
Segundo levantamento da Agra FNP, de setembro a outubro o preço das terras, em média, foi de R$ 4.341/hectare, contra R$ 4.334/hectare, de julho a agosto.
O levantamento mostra ainda que, na média de 36 meses atrás (R$ 3.082/hectare), houve valorização de 40,9%. Diante de uma inflação acumulada de 23,6% no período, o ganho real ficou em 5,4%. Jacqueline considera que o momento é "de espera, de suspensão dos negócios até que a verdadeira extensão dessa crise seja conhecida".
O impacto maior da crise ocorre nas áreas das novas fronteiras agrícolas, principalmente na região conhecida por Mapito (Maranhão-Piauí-Tocantis) e o no Oeste baiano, no qual se concentram os investimentos de grupos estrangeiros na compra de terras.
"A maioria dos negócios engatilhados foi adiada para o início de 2009, mas nada garante que o prazo não venha a ser estendido. Vale ressaltar, contudo, que não houve queda nos preços na região", diz Jacqueline.
Apesar de o agronegócio do Centro-Oeste ser o mais atingido pela crise, devido à queda dos preços que acentua o alto custo da logística, a região foi a que teve a maior valorização em 36 meses nos preços das terras.