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Tenho vocação para ser um Profissional de Educação Física?

Portal Educação Física - 23 de junho de 2015 - 16:44

A hora de decidir acerca daprofissãoque irá abraçar sempre foi um momento crucial na vida de qualquer jovem.

De certa forma, a elevada tensão desta escolha se justifica pelas amplas conseqüências que ela trará para a vida do rapaz ou da moça. Várias perguntas assombram: será que essa é uma boaprofissãopara mim? Serei feliz e realizado com ela? Devo pensar mais na remuneração e mercado de trabalho ou em minhas vocações pessoais?

Longe de mim subestimar os testes e avaliações vocacionais que aí estão. Ao contrário, acredito que muitos deles são elaborados por gente séria e conseguem de fato dar um direcionamento para aqueles que estão mais perdidos. Mas gostaria de contribuir para o estabelecimento alguns “filtros” iniciais, ou seja, pré-requisitos de personalidade imprescindíveis, sem os quais qualquer pessoa dificilmente será feliz atuando comoProfissionaldeEducação Física.

Para isso, levo em conta não só os meus mais de trinta anos decarreira, como também a observação de inúmeros casos de colegas, em várias ocupações diferentes, que em algum momento me acompanharam nesta jornada. Uns felizes e realizados, outros nem tanto e outros ainda absolutamente infelizes e amargurados (eles existem sim, e não são poucos!).

Para ser um bomProfissionaldeEducação Físicaum jovem deve, ao menos, ter boa identificação:

1. com as carreiras da área da saúde.
Em que pese o viés fortemente humanístico e pedagógico em muitas de nossas ocupações, gostar do corpo humano, fascinar-se com sua estrutura e funcionamento, encontrando prazer em zelar pela sua saúde é um traço comum dos bons profissionais.

Horror a sangue, medo hospitais, aversão a fotografias ou filmes de cirurgias são, portanto, sinais de alerta negativo. O corpo humano (ou a máquina humana como dizem alguns) deve ser sempre alvo de admiração, já que será o meio e, ao mesmo tempo, o depositário final de nossa atuação profissional. Bem trabalhado em todos os seus domínios (físico, neuro-motor, psico-afetivo), ele deve soar com uma harmonia prazerosa para quem quer ser umprofissionaldeEducação Física.

A empatia com as disciplinas de Biologia, Física e Química ajuda bastante, já que no vestibular elas terão peso decisivo no desempenho do candidato, embora aqui se tenha que tomar certo cuidado, pois a experiência mostra que maus professores secundaristas podem instigar aversão dos alunos à estas disciplinas, sem que isso signifique antipatia para com seus conteúdos em si.

2. com a transmissão de conhecimentos, ou seja, com o ato de ensinar.
A esmagadora maioria das ocupações dos Profissionais deEducação Físicaencerra em grande medida a transmissão de conhecimentos teórico-práticos, por isso ensinar, e com isso transformar mentes e corpos, deve ter uma relevância acima da média. Comunicar-se com desenvoltura, portanto, é fundamental. Tímidos, introspectivos e refratários a falar para pequenos ou grandes grupos sofrerão se partirem para esta carreira. Líderes, indivíduos bem falantes e comunicadores natos largarão como boa vantagem desde a Faculdade.

Das quinze ocupações listadas, por exemplo, no canal Empregos do Portal daEducação Física, talvez apenas a de Fisiologista não requeira necessariamente boa comunicação. E convenhamos: quem opta pela carreira deProfissionaldeEducação Físicapara ser especificamente um fisiologista?

3. com o potencial educativo e formativo das atividades esportivas.
O futuroprofissionaldeEducação Físicanão precisa ser um praticante compulsivo e nem um atleta campeão, mas deve ser um amante dos esportes, enxergando tudo de bom que pode ser desenvolvido a partir deles e acreditando que poderá fazê-lo.

Existem grosso modo quatro grandes manifestações do movimento humano: atividades físicas esportivas (os esportes), atividades físicas não competitivas, atividades rítmicas (danças em geral) e atividades lúdicas. Destas o esporte é a que apresenta maior força social e, conseqüentemente, maior penetração na mídia. Por isso é mais fácil aferir a empatia do jovem para com as Atividades Físicas através do seu gosto pelos esportes.

Apesar dessa força, muita gente torce o nariz para os esportes como ferramenta daEducação Físicaargumentando que eles são como que a banda podre das atividades físicas, que privilegiam poucos em detrimento de muitos, lesionam seus praticantes, estimulam o doping e o “ganhar a qualquer custo” e assim por diante.

De fato estes aspectos negativos existem no esporte, mas em todos os grandes setores das atividades humanas (economia, política, artes, esportes, etc.) sempre teremos os lados bom e ruim. Aliás, são assim porque refletem a própria dualidade interior do homem (o bem e o mal – nem só um, nem só o outro). A Política, por exemplo, pode ser uma coisa boa (quando possibilita que as aspirações de uma maioria se concretizem em ações do poder público) ou ruim, se olharmos para a corrupção, o nepotismo e a miséria humana que ela muitas vezes propicia. Com o Esporte não é diferente.

O que é preciso é que o aspirante aProfissionaldeEducação Físicaenxergue nos esportes tudo que eles representam, mas valorize e busque trabalhar nos seus alunos e atletas aquilo que de melhor eles têm a dar: superação, determinação, empenho, disciplina, coragem, respeito, caráter, ética, etc. Essas características podem ser forjadas em diversas situações, mas o esporte é campo privilegiado para isso, exatamente pela infindável e estressante busca da vitória. Qualquer um pode demonstrar nobres sentimentos na tranqüilidade, mas no calor da disputa, só os fortes e bem educados o farão.

Evidentemente essas três características não são as únicas necessárias e muito menos garantem uma vidaprofissionalprodutiva e bem resolvida, mas recomendo que somente munido destas três identificações básicas, o jovem deve pensar mais seriamente em abraçar a carreira deProfissionaldeEducação Física.

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