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Técnicas hídricas sustentáveis mudam realidade da horticultura

Correio do Estado - 22 de outubro de 2018 - 08:40

Você já imaginou produzir peixes e hortaliças num mesmo sistema sem tocar no solo? Ou então elevar a produção na sua horta com palha e lona e ainda preservando o meio ambiente? Pois saiba que isso é possível com a adoção de boas práticas agrícolas na horticultura. Essas ideias que estão mudando o conceito de sustentabilidade produtiva já são levadas pela assistência técnica para os produtores nos pontos mais distantes de Mato Grosso do Sul.

No Estado, alguns programas surgiram com o intuito de promover a mudança de comportamento, como é o caso da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), implantada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS). Atualmente, a iniciativa atende 1.830 produtores em 57 municípios do Estado, dos quais 450 atuam na produção de hortifrutigranjeiros (Hortifrúti Legal).

Um dos principais fatores observados pelos técnicos é a fonte de água utilizada na produção de hortaliças e frutas. Nas regiões com maior escassez de cursos de água, é fundamental planejar com o produtor qual técnica atenderá melhor a suas necessidades e quanto ele pode disponibilizar da renda mensal para investir em sistema de irrigação.

Segundo o coordenador dos programas de ATeG, Francisco Paredes, entre as técnicas com menor custo de implantação estão a cobertura com palha (ou cobertura orgânica), que funciona como alternativa à tecnologia de mulching (lona), que reduz a evaporação da água do solo e a incidência dos raios solares.

“Como a maior parte dos produtores conta com algum tipo de cultivo de gramínea ou forragem para pasto, esse material pode ser dessecado e colocado por cima do canteiro, resultando na preservação da água no solo, produzindo matéria orgânica e com um custo bem menor que o das lonas”, orienta.

Outros manejos que já são utilizados pelos agricultores são a hidroponia, que possibilita a reutilização da água do sistema por um período de quase um mês e o aproveitamento de água dos tanques escavados de piscicultura; e um mais atual, a aquaponia, um sistema que une dois cultivos, peixes e hortaliças, sem utilização do solo, visto que as raízes permanecem submersas na água.

Paredes argumenta que a sustentabilidade produtiva é parte da metodologia da Assistência Técnica e Gerencial, por isso, fundamentos sobre legislação ambiental e preservação de recursos naturais são recomendados desde o início do atendimento, que dura em média 24 meses. “Um dos princípios essenciais do programa é a difusão de boas práticas agrícolas e a atividade de horticultura é uma das que mais exigem utilização de água. Por isso, desde a construção do plano de trabalho, o técnico aponta para o assistido a necessidade da mudança de comportamento na atividade”, complementa.

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