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Taxa de mortalidade infantil poderia ser reduzida

Agência Notisa - 31 de março de 2005 - 14:23

A taxa de mortalidade infantil (TMI) costuma ser utilizada para analisar a situação da saúde em um país. O Brasil apresenta um número inaceitável de óbitos entre crianças no período pós-neonatal - compreendido entre os primeiros 28 dias de vida até o fim do primeiro ano -. Neste período, muitas mortes poderiam ser evitadas, já que ocorrem por falta de saneamento básico e assistência médica adequada. Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade Estadual de Montes Claros analisaram a evolução dos índices de mortalidade infantil na Região Metropolitana de Belo Horizonte e suas principais causas.

O estudo comparou o número de óbitos aos nascimentos na região, entre 1984 e 1998. Houve declínio na taxa de mortalidade, principalmente nos últimos quatro anos analisados, mas os números ainda se mantêm altos quando comparados a países desenvolvidos. Segundo artigo publicado na Revista de Saúde Pública (v.39 ed. fev. 2005) , “a mortalidade neonatal — que ocorre nos primeiros 27 dias de vida — está relacionada principalmente às condições de gestação, do parto e da própria integridade física da criança. Já as mortes ocorridas no período pós-neonatal estão mais associadas às condições socioeconômicas e do meio ambiente, com predomínio das causas infecciosas”.

Entre as principais causas reduzíveis entre as mortes neonatais (no nascimento) estão a má-nutrição fetal, prematuridade, asfixia e complicações respiratórias ou cardiovasculares próprias do período (perinatal). No caso da mortalidade no período pós neo-natal, a maioria das mortes ocorre devido a doenças infecciosas intestinais, deficiências nutricionais — especialmente desnutrição protéico-calórica — e pneumonias. A equipe afirma que “algumas causas de mortes neonatais são consideradas reduzíveis a partir de adequado acompanhamento da gestação e do parto, e outras ainda podem ser consideradas evitáveis por meio de diagnóstico e intervenção precoces. No período pós-neonatal, as principais causas de óbito são também consideradas evitáveis e de fácil intervenção por estarem mais associadas a condições precárias de saneamento básico e de acesso aos cuidados de saúde”.

Apesar de o declínio da mortalidade infantil nos últimos anos, principalmente no período pós-neonatal — no Brasil e no mundo —, os índices ainda são elevados e considerados inaceitáveis, já que muitas mortes poderiam ser evitadas. De acordo com o artigo, “para alguns autores, essa tendência decrescente dos índices de mortalidade infantil destaca a importância das ações sociais, mas a persistência de causas evitáveis, particularmente para grupos menos favorecidos, salienta a omissão dos serviços de saúde na resolução dessa problemática”. Assim, dizem os pesquisadores “para futuros progressos nas taxas de mortalidade infantil deve-se enfatizar a relevância dos fatores socioeconômicos e de serviços de saúde de qualidade, capacitados para uma atenção responsável e integral à saúde infantil, desde o período pré-natal”.


Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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