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Tamanho do tumor e a detecção precoce do câncer de mama

Agência Notisa - 18 de setembro de 2007 - 08:10

Pesquisa revisou 30 anos de experiência (1972-2002) do Hospital das Clínicas de Porto Alegre na detecção do câncer de mama.



O tamanho do tumor pode representar um parâmetro substituto eficaz para avaliar a detecção precoce do câncer de mama e sua evolução ao longo do tempo. Essa é a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e publicado na edição de setembro/outubro do periódico The Breast Journal.



“Em áreas geográficas em que os esforços preventivos coordenados não estão completamente disponíveis, a análise de subgrupos da população de pacientes, utilizando o tamanho do tumor como um substituto, representa uma maneira indireta de observar os efeitos em longo prazo da prevenção”, afirmam Carlos Henrique Menke, do serviço de mastologia do HCPA, e colegas, autores do estudo.



No artigo, os pesquisadores relatam os 30 anos de experiência (1972-2002) na melhora da detecção do câncer de mama na unidade de mastologia do HCPA, ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Eles explicam que foram analisados, retrospectivamente, o comportamento dos parâmetros substitutos da detecção precoce do câncer de mama, (tais como, o diâmetro médio do tumor no diagnóstico, estadiamento clínico), como também o percentual de cirurgias conservadoras da mama ao longo do período.



Ao todo, das 2.103 mulheres identificadas, 1.607 encaixaram-se no critério para inclusão no estudo e tinham informação sobre o “follow-up”, constituindo a coorte do estudo. Os resultados mostram que houve uma diminuição de cerca de 0,8 cm no diâmetro mediano do tumor ao longo dos 30 anos analisados.



“A incidência de tumores em estágio precoce aumentou progressivamente ao longo do tempo, e o percentual de pacientes apresentando-se com câncer de mama estágio I dobrou em 30 anos”, afirmam. Os pesquisadores ressaltam, ainda, que a cirurgia de Halsted, que representava 11,5% das cirurgias nos anos 70, é um procedimento muito raro hoje em dia (


De acordo com o artigo, a mastectomia radical modificada foi o procedimento aplicado em cerca de 50% das mulheres com câncer de mama invasivo durante os 30 anos de observação. “Notavelmente, a cirurgia conservadora da mama aumentou de 17,3% nos anos 70 para 43,2% após o ano 2000, enquanto que a diminuição do tamanho do tumor e do estadiamento clínico foi acompanhada por um número elevado de procedimentos cirúrgicos de conservação da mama”, destacam.



Na opinião dos autores, em áreas geográficas em que os esforços preventivos coordenados não estão completamente disponíveis, a análise de subgrupos da população de pacientes utilizando o tamanho do tumor como um substituto, representa uma maneira indireta de observar os efeitos em longo prazo da prevenção. “O presente estudo mostra que o tamanho do tumor é um substituto também para populações de países desenvolvidos e fornece suporte científico para o desenho de programas de inclusão contínuos de prevenção do câncer de mama neste cenário”, pontuam.



Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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