São Paulo - Após nove dias de busca nos escombros do acidente com o Airbus da TAM, ao lado do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, o Corpo de Bombeiros deu a missão por cumprida. O porta-voz da corporação, capitão Mauro Lopes, declarou que os trabalhos foram encerrados ontem, às 19 horas.

O prédio onde funcionava um depósito de cargas da empresa, que acabou destruído pelo avião, foi inteiramente vasculhado e uma última varredura foi realizada em toda a área na tarde de ontem (26), segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado. O edifício deve passar por uma vistoria antes de ser novamente entregue à TAM, que pode decidir pela demolição.

O capitão Mauro Lopes informou que uma ou duas guarnições do Corpo de Bombeiros vão permanecer no local como forma de prevenção, já que o prédio continua em situação instável.

Pela manhã, os bombeiros conseguiram retirar parte da cabine da aeronave e encontraram fragmentos de corpos e objetos pessoais. Duas sacolas foram enviadas ao Instituto Médico Legal (IML) para o trabalho de identificação. As peças da cabine serão entregues à Aeronáutica, que investiga as causas do acidente.

“O acesso ao local onde estava a cabine só foi permitido depois que tiramos a laje de cima. Fizemos buracos na laje debaixo e foi sendo retirado o pavimento. Encontramos a parte da cabine que estava entre duas vigas”, explicou o coronel do Corpo de Bombeiros. Depois da operação, o terreno foi limpo e tudo o que se referia à cabine foi retirado.

O IML de São Paulo, que trabalha na identificação dos corpos e fragmentos, reconheceu até o momento 86 vítimas. Recentemente, um diretor do instituto admitiu que o processo levará vários meses. Parentes de vítimas reclamaram da demora, mas peritos garantiram que o trabalho está sendo feito da maneira mais rápida possível e é complexo mesmo.

A Secretaria de Segurança Pública informou que o 27º Distrito Policial, do Campo Belo, que instaurou inquérito sobre o acidente, já foi avisado do fim das atividades.