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Tabagismo: alerta para o fumo passivo

Chico Damaso - 09 de novembro de 2010 - 09:31

Pessoas que nunca experimentaram qualquer tipo de fumo, porém convivem com outras que têm o hábito de fumar, estão expostas aos mesmos riscos

Os malefícios do cigarro não se restringem a afetar apenas a saúde dos fumantes. Conforme a dra. Irma de Godoy, presidente da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), as pessoas que os rodeiam são afetadas da mesma forma. Apenas o que muda é a intensidade da exposição aos agentes nocivos.

“A fumaça que sai diretamente da brasa do cigarro apresenta maior concentração dos diferentes componentes tóxicos do que a fumaça que o próprio fumante inala, fazendo com que as pessoas ao redor inalem grande quantidade de toxinas”, explica.


O risco de desenvolver câncer de pulmão é 30% mais elevado naqueles que convivem com fumantes comparados aos que vivem longe da fumaça do cigarro alheio. Em relação à morbidade e mortalidade por doença coronariana entre homens e mulheres, aumenta-se o risco em 25% a 35%.



Uma série de outros problemas também é acarretada. “Há evidências suficientes de relação causa-efeito entre tabagismo passivo e irritação nasal; desencadeamento de asma, assim como a piora do controle dela; desenvolvimento de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica); entre outras. Além disso, o fumo passivo também é bastante associado ao déficit cognitivo em adultos”, afirma dra. Irma.



Já em bebês, os agravos chegam a ser fatais. O fumo durante a gestação causa morte súbita infantil, que é a morte inexplicável e inesperada de crianças no primeiro ano de vida. O risco também existe entre crianças expostas à fumaça de cigarro após o nascimento.



Adicionalmente, filhos de pais que fumam em casa têm um risco maior de desenvolver infecções do trato respiratório inferior; otite média aguda, recorrente ou crônica; tosse, expectoração, chiado e falta de ar e ainda exacerbação de asma mais grave e frequente, principalmente quando em idade escolar.



Alguns países já proíbem o cigarro em locais abertos, como parques, e até mesmo dentro de carros particulares, neste caso para proteger especialmente as crianças. No Brasil, alguns estados já vetam o fumo em lugares fechados, mas a modificação da Lei Federal N°9.294, que aborda o tema, precisa ser aprovada para que a proibição ocorra em todo o país.



Para a dra. Irma, tal lei é fundamental para o controle de doenças que têm o tabagismo como fator de risco. “Infelizmente, nem todos os efeitos da cessação do tabaco ou da exposição passiva são imediatos. Em alguns casos, demoram-se anos para que o indivíduo exposto tenha o risco de desenvolver doenças relacionadas ao tabaco similar ao dos indivíduos não expostos. É por isso que medidas de restrição ao fumo são urgentes para diminuir os riscos no futuro”.



Melhoras nos índices de prevalência e mortalidade de doenças esperam ser vistas caso o fumo seja realmente vetado. Em casos como o de doenças cardíacas, após um ano sem o tabaco, já pode ser notada uma diminuição consistente nos números de ocorrências. Em outros quadros, como nos de câncer de pulmão, os benefícios demoram mais para aparecer.



Enquanto o cigarro for legal, outras medidas podem ser tomadas, como aumentar o preço do produto; proibir fumos com apelos específicos para determinadas populações, como mulheres e crianças (cigarros com sabores, por exemplo); e um maior investimento em campanhas que previnam a iniciação do tabagismo. “Acredito também na ampliação dos centros de tratamento como medida fundamental para a diminuição do número de fumantes e, consequentemente, para uma menor exposição de fumo passivo”, finaliza.





Assessoria de imprensa

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