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Suspeita prejudica mercado do boi

Acrissul - 13 de janeiro de 2005 - 15:25

Mesmo sendo descartada pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) na semana passada, a suspeita de foco de aftosa no município de Paranhos, a 300 quilômetros de Dourados, já prejudica o preço do gado de corte no Mato Grosso do Sul. De acordo com especialistas, o preço pago pela arroba do boi rastreado caiu pelo menos 6,55% nos últimos trinta dias.

Carlos Eduardo Marquez, que trabalha com compra e venda de bovinos, explica que o preço da arroba caiu de R$ 61 para R$ 57 entre os meses de dezembro e janeiro. A queda no preço, segundo ele, pode ter sido provocada por diversos fatores, como a investigação federal no frigorífico Margem (que, somente no MS, tem seis unidades), a suspeita de focos de febre aftosa na fronteira com o Paraguai e a queda nas exportações. “São vários fatores que, juntos, provocam a deflação nos preços. Esta queda torna ainda mais difícil a pecuária no Estado”, analisou o produtor.

No caso do boi não-rastreado, o preço pago por arroba do macho cai para R$ 55. De acordo com Marquez, o preço ideal para o boi rastreado seria de, no mínimo, R$ 65.
De acordo com dados da Seprotur (Secretaria Estadual de Produção e Turismo), o preço da arroba varia entre R$ 55 e R$ 56 para o macho, e R$ 52 para a fêmea. Para o bezerro, o preço é calculado a partir do preço praticado para seis ou sete arrobas do macho, variando entre R$ 380 e R$ 400.
O coordenador de agronegócios da pecuária da Seprotur, Marivaldo Miranda, também associa a queda nos preços à suspeita de focos da febre aftosa no Estado. Para ele, o preço satisfatório, para garantir rentabilidade à atividade, seria de pelo menos US$ 40. Hoje, o preço médio pago pela arroba é de US$ 30. “Hoje, a pecuária de corte não é um bom negócio. Os insumos estão caros e o retorno do produtor ainda é baixo”, avalia.

Área livre

Apesar da suspeita de focos da febre aftosa no Estado, Marivaldo lembra que MS possui certificado de área livre da doença, com índice de imunização acima de 98%. Ele estima que existam pelo menos 25 milhões de cabeças de gado no MS. A taxa de abate gira em torno de 20%, somando cerca de 5 milhões de cabeças. A taxa de desfrute fica na casa dos 23%. O restante é comercializado dentro do Estado ou para outras regiões.

Ele lembrou também que Mato Grosso do Sul é o maior exportador de carne bovina no país, sendo responsável por 40% do montante exportado pelo Brasil. “É preciso consolidar a pecuária em nosso Estado, para que sejamos não só os maiores mas também os melhores quando se trata de pecuária de corte”, ressalta o coordenador.

Segundo ele, o Brasil produz hoje 7,5 milhões de toneladas de carne ao ano, sendo seis milhões consumidas internamente e 1,5 milhão de toneladas exportadas para outros países.

Fonte: Jornal Diário MS

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