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Suposto serial killer diz que está com vontade de matar, afirma delegado

G1 - 20 de outubro de 2014 - 17:11

O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, apontado como o autor de 39 mortes em Goiânia, disse aos policiais na madrugada desta segunda-feira (20) que “está com vontade de matar”, segundo revelou o delegado Eduardo Prado. O jovem segue preso, sozinho, em uma cela da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc).

“Ele perguntou para os agentes [que] se matar algum indivíduo dentro do presídio [se] ele responderá criminalmente por isso. Muito estranha a atitude e as conversas desconexas que ele vem falando”, diz Prado.

Durante a madrugada, Tiago leu 40 revistas, fato que chamou a atenção da polícia. “Outra coisa curiosa é que ele lê de trás para frente de forma rápida, como se fosse dinâmica, lendo de forma alta”, pontua o delegado. Prado disse ainda que o motociclista pediu bebida alcoólica na cela, mas que não foi atendido.

Conforme o delegado, Tiago precisa de ser monitorado a todo momento. “A nossa preocupação é com a observação constante dele na cela. Ele não tem amor próprio, já tentou suicídio. Constantemente, quando eu estou na sala, ele pede para levar fio dental para ele. [Na] Hora que pergunta se é para suicidar ele dá uma risada sarcástica”, relata Prado.

O delegado alerta que, quando o suspeito for encaminhado a uma penitenciária, ele precisará de atenção redobrada. “Com certeza, quando encaminharmos ao presídio, a direção do sistema prisional irá ficar atenta a essa situação para ter um controle mais metódico da situação em relação a esse indivíduo, que é realmente de alta periculosidade”, afirmou.

Ainda não há previsão da transferência do vigilante, segundo a polícia.

Crimes

Tiago confessou em depoimento à polícia 39 mortes, que teriam sido cometidas desde 2011. Entre elas estão 15 dos 17 crimes investigados inicialmente pela força-tarefa da Polícia Civil. As outras vítimas são gays e moradores de rua.
O primeiro crime da série de assassinatos contra mulheres ocorreu em 18 de janeiro deste ano, quando Bárbara Luiza Ribeiro Costa, de 14 anos, foi executada por um motociclista no Setor Lorena Park. A morte mais recente foi a de Ana Lídia Gomes, em um ponto de ônibus do Setor Morada Nova.

Dois dos crimes apurados pela força-tarefa não foram assumidos pelo vigilante: a morte de Danielly Garmus da Silva, 23 anos, e a tentativa de homicídio de Daiane Ferreira de Morais, 18. Entretanto, ele confessou outras duas mortes de mulheres que eram apurados de forma independente e, após a confissão, a polícia os incluiu nas investigações. São os homicídios de Arlete dos Anjos Carvalho, 16, e de Edimila Ferreira Borges, 18.

Mesmo correndo o risco de ser capturado, o vigilante disse que, ao ver o anúncio da criação da equipe especial da Polícia Civil para investigar a série de mortes de mulheres, no dia 4 de agosto, sabia que seria uma questão de tempo até ser preso.

Com medo de ser detido, Tiago revelou que interrompeu a sequência de mortes após o homicídio de Ana Lídia Gomes, de acordo com o delegado Alexandre Bruno Barros. “Ele disse que parou porque ficou com medo de ser pego, por causa da força-tarefa. Depois voltou no último domingo [12] porque não aguentou mais, tinha que extravasar a raiva”, disse o delegado.

Segundo a Polícia Civil, o jovem também foi identificado em imagens registradas por câmeras de segurança no dia 12, próximo à lanchonete em que uma mulher foi agredida por um motociclista. O caso foi incluído na força-tarefa. Segundo testemunhas, o motociclista de capacete vermelho atirou na jovem, mas a arma falhou. Então, ele deu um chute na boca dela.

A polícia divulgou um vídeo no qual o vigilante explica onde conseguiu o revólver usado nos crimes. Questionado pelo delegado sobre o número de armas que ele possuía, o suspeito respondeu que "só uma". "Que eu furtei em uma empresa onde trabalhei", disse Tiago.

Na quinta-feira (16), a Polícia Técnico-Científica afirmou que os resultados de exames de balística da arma apreendida com Thiago coincidiram com os disparos efetuados em seis homicídios na capital.

'Raiva'
Segundo os delegados que interrogaram o vigilante, Tiago tinha o costume de assistir aos noticiários no dia seguinte aos seus crimes para ter certeza se a vítima tinha morrido e qual o nome da pessoa. No entanto, ele diz que sentia remorso ao ver as reportagens. “Feliz não. Era um sentimento de arrependimento”.

Em entrevista na tarde de sexta-feira (17), o vigilante afirmou que gostaria de pedir desculpas à mãe dele e às famílias das vítimas pelos crimes que cometeu. Ele não respondeu se acredita ser doente mental, mas falou em "arrependimento" e afirmou querer um tratamento médico para se livrar do que ele define como "sentimento de raiva".

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