Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Quinta, 28 de Março de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Superávit primário é maior do que o acertado com o FMI

Agência Brasil - 31 de julho de 2003 - 14:34

As contas públicas brasileiras obtiveram superávit primário (receita menos despesas) de R$ 40,009 bilhões ou 5,41% do Produto Interno Bruto (PIB) de janeiro a junho, aumento de 38,44% em relação ao saldo de R$ 28,9 bilhões (4,66% do PIB), registrado em igual período do ano passado. Esse resultado, que é o maior da história do país, ficou acima da meta ajustada com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que era de R$ 34,5 bilhões. Governo federal, INSS e Banco Central contribuíram com R$ 29,4 bilhões, enquanto os governos regionais participaram com R$ 9,026 bilhões e as empresas estatais com R$ 1,630 bilhões.
Os números fazem parte de relatório sobre Política Fiscal, apresentado hoje pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, para quem o setor público "teve o melhor resultado consolidado em um mês de junho". Registro que também mostra superávit primário de R$ 3,029 bilhões no setor público não-financeiro, obtido pelo governo central (R$ 903 milhões), estados e municípios (R$ 1,136 bilhão) e estatais (R$ 990 milhões).
Altamir Lopes ressaltou o "bom comportamento" também dos juros nominais, que eram de R$ 14,1 bilhões em maio, e caíram para R$ 9 bilhões no mês passado, como resultado da troca de "swaps cambiais" no valor de R$ 2,6 bilhões, da redução da taxa Selic efetiva mensal e da queda no Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). O montante de juros nominais apropriados soma R$ 74,265 bilhões no semestre, o que corresponde a 10,03% do PIB, e no acumulado dos últimos doze meses chega a R$ 142 bilhões (9,85% do PIB).
As necessidades de financiamento do setor público atingiram R$ 5,9 bilhões em junho, de acordo com o BC, e tiveram expressiva alta no conceito nominal, que abrange o resultado primário e os juros nominais apropriados na comparação semestral. Somaram R$ 34,3 bilhões (4,63% do PIB) no primeiro semestre deste ano, contra necessidades de R$ 17,4 bilhões (2,8% do PIB) em igual período de 2002.
Em junho, a dívida líquida do setor público alcançou R$ 856,4 bilhões (55,39% do PIB) e manteve-se estável em relação a maio, quando chegou a R$ 858,369 bilhões (55,2% do PIB). Teve, portanto, ligeira queda nominal, contra pequena elevação da relação percentual com o PIB, em decorrência da queda efetiva da taxa de juros, conforme explicou Altamir Lopes.
Apesar disso, ele acrescentou que houve redução de 1,1% dessa relação, quando comparado aos R$ 881,108 bilhões da dívida líquida registrada no final de 2002, que correspondiam a 56,5% do PIB. Mas, quando se somam as dívidas dos governos estaduais e municipais, a dívida bruta geral alcança R$ 1,170 trilhão (75,7% do PIB), ante R$ 1,165 trilhão (74,9% do PIB) no mês anterior.
A dívida mobiliária federal, exceto a do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, alcançou R$ 669,4 bilhões (43,3% do PIB). Valor que, de acordo com Altamir, representa acréscimo de R$ 8,7 bilhões em relação a maio. Os principais fatores para a obtenção desse resultado foram as colocações líquidas de R$ 2 bilhões em títulos públicos e à incorporação de juros.(Stenio Ribeiro)


SIGA-NOS NO Google News