O superávit primário de R$ 34,2 bilhões obtido pelo governo central no primeiro semestre, já ultrapassou a meta prevista para o segundo quadrimestre pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A meta da LDO é de superávit de R$ 29 bilhões para o governo central e de R$ 34,8 bilhões para o setor público consolidado, que inclui estados, municípios e as estatais federais.

O valor também é superior à meta acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para o semestre, que é de R$ 32,6 bilhões, considerando União, estados, municípios e estatais.

De acordo com o secretário do Tesouro, Joaquim Levy, o resultado foi influenciado, principalmente, pelo aumento da arrecadação. "A arrecadação está mais robusta", disse Levy.

O secretário comentou que o crescimento econômico verificado este ano provocou o aumento da arrecadação e, conseqüentemente, superávit superior. Na comparação com o mesmo período de 2003, o superávit foi superior em R$ 4 bilhões.

Só em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o superávit saiu de R$ 760 milhões para R$ 5,5 bilhões. "O ano passado foi um ano de muito sacrifício. Este ano, com a economia melhorando, tem um efeito positivo na arrecadação", comentou Levy.

"Seria desconfortável que à medida que a economia melhore a gente começasse a deteriorar o superávit", afirmou.

Segundo o relatório Tesouro Nacional, o total arrecadado entre janeiro e junho desse ano foi de R$ 201,3 bilhões, contra R$ 173,6 bilhões do primeiro semestre do ano passado. Descontadas as transferências para estados e municípios, a receita ficou em R$ 168,5 bilhões. Já as despesas atingiram R$ 134,2 bilhões este ano, contra R$ 112,3 bilhões do ano passado.

Levy disse que o governo trabalha agora para, mantendo a austeridade fiscal, garantir o crescimento sustentado nos próximos anos.