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Sul-mato-grossenses estão entre os que mais consomem contrabando

Campo Grande News - 19 de outubro de 2016 - 06:45

As fronteiras do país, em especial a localizada em Mato Grosso do Sul, continua sendo a principal rota do contrabando, e é no Centro-Oeste brasileiro que o consumo desses produtos se destaca. Enquanto a média nacional da população que admite o hábito de comprar produtos ilegais é de 26%, nesta região do país essa parcela ultrapassa os 35%, aponta pesquisa Datafolha. 

Eletrônicos, roupas, calçados, DVD’s de jogos e filmes e cigarros são os itens contrabandeados listados como preferência do consumidor do Centro-Oeste. Apenas o mercado ilegal de tabaco em Mato Grosso do Sul atingiu 54% de participação em 2015, crescimento de 20% em comparação a 2010.

A pesquisa revela ainda que 66% dos moradores de Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso do e Distrito Federal sabem que o comércio dessas mercadorias ilegais, como o cigarro, favorece o crescimento da violência e da criminalidade. E metade dos entrevistados também acreditam que o governo federal é o principal responsável pela entrada de produtos contrabandeados no país

Consciente de que o contrabando de cigarros do Paraguai, principal produto contrabandeado, é quem abastece o caixa e financia as atividades das facções criminosas, como o PCC. E 64% dos entrevistas concordaram que a a redução de impostos sobre os cigarros fabricados no Brasil contribuiria para o combate ao crime organizado.

Para 86% dos participante da pesquisa, as altas taxas de impostos sobre produtos fabricados no Brasil favorecem o aumento de produtos contrabandeados no território nacional, principalmente advindo do Paraguai. Ciente dessa realidade, praticamente a totalidade dos brasileiros é a favor da revisão de impostos sobre os produtos legais para tornar o seu preço mais acessível e mais competitivo em relação aos ilegais.

Contrabando - Mato Grosso do Sul está localizado na faixa de fronteira com a Bolívia e o Paraguai, vem se configurando como um dos maiores corredores de distribuição de cigarros, eletrônicos, medicamentos, além de drogas e armas, que seguem para Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os criminosos usam estradas vicinais para entrar com a carga ilegal no país. Os cigarros saem do Paraguai, e entram no brasil pelo município de Mundo Novo, localizado a 462 km de Campo Grande. Já no país, a carga é distribuída, principalmente, para os Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso.

“O levantamento evidencia que o principal estímulo ao contrabando é a diferença entre o preço, resultado da vantagem financeira que os criminosos têm em função da disparidade tributária entre o Brasil e o Paraguai. Ou seja, é necessária maior fiscalização nas fronteiras do Centro-Oeste e revisão dos impostos sobre os produtos nacionais para que tenhamos plena legalidade do mercado interno e mais segurança”, pondera Edson Vismona, presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial.

“A sociedade também está ciente da omissão do Governo Federal e de outras autoridades na entrada de produtos contrabandeados no Brasil e, consequentemente, do aumento da criminalidade, com o tráfico de drogas e de armas”, conclui Vismona.

Além da violência e o tráfico de drogas, o desemprego e a evasão fiscal também são rastros que o contrabando de produtos ilegais deixa por onde passa. Por ano, o Brasil perde cerca de R$ 115 bilhões com o comércio de mercadorias ilegais, montante suficiente para construir 974 hospitais, ou 57 mil creches ou ainda 22 mil escolas públicas.

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