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Suicídios aumentam 10% e principal causa da morte lota postos de saúde

Campo Grande News - 16 de novembro de 2014 - 11:00

Mapa da violência realizado País afora mostra que o número de suicídios aumentou 10,1% em Mato Grosso do Sul e que o Estado apresenta o quarto maior índice de casos por habitante. Na maioria das situações, a morte é reflexo de depressão, doença que ajuda a lotar postos da Capital e representa 70% dos atendimentos ambulatoriais das unidades de saúde mental.

Conforme o levantamento, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano passado, 173 pessoas se mataram em Mato Grosso do Sul, 10,1% a mais que os 157 casos registrados em 2012.

No total, são 6,7 casos para cada 100 mil habitantes, quarta maior média nacional. O Estado só fica atrás de Minas Gerais (9,1), de Santa Catarina (8,4) e do Rio Grande do Sul (8,2). Com 7.087 suicídios em 2013, a taxa nacional é de 3,5 mortes para cada 100 mil habitantes.

Sem pestanejar, especialistas afirmam que a depressão é a principal causa do suicídio. Foi o caso de Sandra Mara Siqueira dos Santos, de 39 anos, que se jogou da caixa d’água e acabou morrendo no início da noite de segunda-feira (10) no Fort Atacadista, localizado na Avenida Gury Marques, na entrada do Bairro das Moreninhas, em Campo Grande. No dia 25 de setembro deste ano, ela chegou a escalar a torre de iluminação do Estádio Morenão, mas, na época, conseguiu ser resgatada pelos bombeiros.

“Ela foi atendida duas vezes pela rede, indicamos internação, mas ela se evadiu da clínica”, contou a médica Ana Carolina Guimarães, coordenadora do programa de saúde mental da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Sandra Mara, que já havia tentado suicídio, é outra que engrossa as estatísticas. “Em média, a doença atinge de três a quatro vezes mais mulheres”, frisou a coordenadora da Sesau.

Na noite mesma noite que ela morreu, outra mulher quase foi a óbito em motel da Campo Grande. Ela entrou sozinha no local a espera de um companheiro. Pouco tempo depois, acionou a recepção para avisá-la assim que se passassem três horas. Vencido o prazo, os funcionários a acionaram, sem resposta, entraram no quarto e encontraram a mulher desmaiada, com uma carta de despedida, ao lado.

“Nos casos graves de depressão, é comum o pensamento suicida”, afirmou a médica Ana Carolina. Nessas situações, ela aconselha internação e dedicação da família. “A família é super importante, precisa monitorar a medicação, dar apoio e não deixar o paciente sozinho”, sugeriu.

Associada à ansiedade, a depressão corresponde a 70% dos atendimentos diários nas unidade de saúde mental de Campo Grande, conforme a médica. “As causas da doença são multifatoriais, entra o componente social, genético, cultural e ambiental”, explicou.

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