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Sub-relatoria encontra "conta-mãe" de valerioduto

Agência Senado - 08 de outubro de 2005 - 06:53

O sub-relator de Fontes Financeiras da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), revelou, na manhã desta sexta-feira (7) que, após a conclusão da auditoria em todas as 75 contas que movimentaram recursos que chegaram ao ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares e seus indicados, descobriu-se a "conta-mãe"de Marcos Valério Fernandes de Souza, no Banco Rural. As investigações levam Fruet a acreditar também que o dinheiro repassado pelo empresário ao PT não teve origem em empréstimos.

Os recursos que abasteceram a "conta-mãe", como está sendo chamada, vieram do próprio Marcos Valério, de sua mulher, Renilda Santiago, das empresas ligadas a ambos e de outras como a Cosipa, a Usiminas, a Telemig Celular e das prefeituras de Contagem e de Betim (ambas em Minas Gerais), que possuíam contratos de publicidade com a DNA e a SMP&B.Segundo o deputado, a investigação foi feita de forma invertida, já que a CPI tinha em seu poder a relação das pessoas que sacaram dinheiro nas contas. A partir daí, investigou-se o caminho inverso das movimentações até se chegar à conta por onde os valores eram distribuídos.

- Chegamos à conta-mãe, e nela há recursos de diferentes fontes. Mas isso não significa que essas fontes abasteceram o sistema de financiamento ilegal - frisou o deputado.

Agora, informou Fruet, a CPI vai pedir auditorias nesses contratos para saber por quê o dinheiro dessas empresas está na conta que alimentou os repasses feitos para Delúbio e pessoas ligadas a ele. As empresas públicas já estão passando por auditagem pelo TCU, e as privadas também sofrerão auditorias.

- Após a análise de 40 mil movimentações bancárias, vamos partir para a investigação - disse.

Empréstimos

A versão defendida por Delúbio Soares e por Marcos Valério, de que o empresário teria contraído empréstimos em Banco para emprestar o dinheiro para o PT, na opinião do deputado, também se desfez com a descoberta.

- Podemos afirmar que entre ele e o PT não há empréstimo - garantiu.

Fruet afirmou que, comparando o fluxo de saída do dinheiro para Delúbio e o fluxo das entradas dos recursos para os empréstimos, "não há um casamento, não há relação direta". Segundo o parlamentar, os repasses ao PT, inclusive, começaram a ser feitos antes do primeiro empréstimo.

Marcos Valério pegou emprestado R$ 55,2 milhões e teria repassado a Delúbio R$ 55,9 milhões, o que, para o sub-relator da CPI, não tem lógica.

-Qual o sentido de alguém pegar dinheiro emprestado em um banco e repassar para um partido ligado ao governo?- enfatizou Fruet.

O parlamentar fez questão de ressaltar que aceitar que houve tal empréstimo é legitimar a agiotagem no país, já que as empresas de Marcos Valério não têm autorização do Banco Central para emprestar dinheiro. Ele lembrou ainda que a retificação contável de Marcos Valério ao Imposto de Renda, incluindo os empréstimos ao PT realizados em 2002, só foi feita no segundo semestre deste ano, após as denúncias virem a público.

- Não há empréstimos porque, se existissem, Marcos Valério não precisaria entrar na Justiça, como está fazendo, para comprová-lo. Ele teria um contrato, uma nota promissória ou outro título executivo para cobrar diretamente a dívida - enfatizou Fruet.

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