Os ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram, por maioria de votos, pela rejeição de denúncia contra o ex-ministro e ex-deputado federal José Dirceu (PT/SP) e outros antigos integrantes do Diretório Nacional do PT, para abertura de ação penal por envolvimento no escândalo do “mensalão”. Segundo a Agência Estado, escaparam da denúncia Delúbio Soares (ex-tesoureiro do partido), Silvio Pereira (ex-secretário) e o deputado federal José Genoíno (ex-presidente nacional). Ao mesmo tempo, foi aceita denúncia contra o ex-ministro de Comunicação Estratégica, Luiz Gushiken, além de uma nova acusação contra Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil. Ambos responderão por crime de peculato (desvio de dinheiro por funcionário público).

A rejeição das denúncias é referente apenas aos contratos entre a Visanet e a DNA, empresa do publicitário Marcos Valério. Dirceu ainda tem contra si três acusações por peculato, nove por corrupção ativa e uma por formação de quadrilha, todas formuladas pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Valério, ao lado de Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, também responderá por crime de corrupção ativa. Pizzolato tem contra si acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Já Gushiken é acusado de dar ordem ao BB para antecipar o pagamento de verbas de publicidade à Viusanet, totalizando R$ 73 milhões, à DNA. Marcos Valério, por sua vez, é apontado como um dos operadores do mensalão. O STF julga desde a última quarta-feira (22 de agosto) se acatará ou não pedido para abertura de ações penais contra os 40 acusados de envolvimento no esquema – que envolvia pagamentos a parlamentares para que continuassem na base de apoio do governo federal.