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STF "desengaveta" o inquérito contra Quintanilha

30 de junho de 2007 - 08:41

Antes de se tornar presidente do Conselho de Ética do Senado, na noite da última quarta-feira (27), Leomar Quintanilha (PMDB-TO) era um senador invisível. Menos de 24 horas depois de assumir as rédeas do processo contra Renan Calheiros, Quintanilha já freqüentava o noticiário, ele próprio, na condição de suspeito.

Abre-se agora a perspectiva de que um novo facho de luz venha a iluminar a trajetória de Quintanilha. Graças à súbita notoriedade do senador, o STF retirou da gaveta, nesta sexta-feira (29), um dos inquéritos em que é acusado de praticar malfeitorias com verbas públicas.

Relator do processo, o ministro Cezar Peluso se deu conta de que a Polícia Federal já anexara ao inquérito o resultado das diligências adicionais que lhe haviam sido solicitadas. No estágio em que se encontram, os autos já deveriam ter sido remetidos ao Ministério Público, para que se pronuncie acerca dos achados da polícia.

Faltava uma decisão do relator. E Cezar Peluso, impulsionado pelo noticiário, resolveu agir. Remeteu o processo ao procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza, reempossado no cargo um dia depois de Quintanilha ter virado um dos políticos mais observados do Senado.

Instado a aceitar o papel de defensor-mor de Renan Calheiros, Quintanilha acabou dando uma contribuição involuntária para atenuar os efeitos da lentidão do Judiciário. Ao pôr a cabeça para fora do casulo em que costumam se esconder os integrantes do baixo clero parlamentar, o senador trouxe à luz um inquérito que, protocolado no Supremo em novembro de 2002, vagava de gaveta em gaveta há quatro anos e meio.

Em articulação que entrará pelo final de semana, a oposição já trama a destituição de Quintanilha. Espera-se que ele próprio tome a iniciativa de renunciar ao posto recém-conquistado. Caso o aliado de Renan se esquive de fazê-lo, enfrentará na próxima semana uma onda de questionamentos.

Afora o “desconvite” a Renato Casagrande (PSB-ES), ex-quase-futuro relator do Renangate, há a encrenca do STF, agora amplificada pelo desengavetamento de Cezar Peluso. Antes de se juntar em definitivo ao grupo que quebra lanças para salvar Renan Calheiros, Quintanilha terá de provar-se capaz de defender a si mesmo.




Folha Online

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