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Geral

SOS Rural é sucesso em Mato Grosso do Sul

01 de junho de 2005 - 14:08

A diretoria da Famasul, coordenadora geral do evento realizado pelos sindicatos Rurais, considera que o SOS Rural superou as expectativas. “Além dos produtores rurais, o movimento conquistou a adesão espontânea de empresas da iniciativa privada e instituições de diferentes setores, além de autoridades políticas do estudo municípios.

Milhares de produtores rurais de Mato Grosso do Sul ocuparam ontem as principais ruas de mais de 20 município do interior e da Capital num grande protesto nacional contra a crise na agropecuária. O movimento nacional “SOS Rural”, coordenado pela (CNA) Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e no Estado e organizado pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e Sindicatos Rurais, resultou no fechamento de sete pontos de rodovias federais, além de alguns trechos de estradas estaduais. Somente no município de Bandeirantes fila de caminhões chegou a 20 Km.

A manifestação aconteceu devido às perdas expressivas que o agronegócio vem enfrentando nas últimas safras, de 2003/04 e 2004/05. Além disso, muitos fatores não estão favorecendo a produção no setor, como, por exemplo, o tempo climático e o atual valor cambial em baixa. Os produtores recorreram ao protesto para tentar sensibilizar as autoridades e também para explicar a população.

Segundo o presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Léo Brito, no Estado, somente os complexos soja, milho e carne somaram prejuízo de R$ 1,4 bilhão de toneladas, somando a R$ 650 milhões; com a pecuária foi de R$ 400 milhões (o preço da arroba caiu R$ 8 desde o começo do ano) e com a safra de milho, as perdas somam R$ 350 milhões. Foi 1,2 milhão de toneladas de grãos não colhidos ao produtor de Mato Grosso do Sul neste ano.

Na pecuária também há prejuízos. De acordo com a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Mato Grosso do Sul foi o Estado que no primeiro trimestre deste ano teve a maior defasagem na arroba, de 8%. O presidente da Acrissul, Laucídio Coelho Neto, argumentou que o prejuízo acaba se estendendo a sociedade.

Rodolfo Vaz de Carvalho, presidente do Sindicato Rural de Campo Grande,

destacou que o momento é de negociar questões emergenciais, como alongamento de dívidas e linhas de crédito adicionais. “Queremos uma solução definitiva para que não tenhamos que apelar sempre para São Pedro ou ficarmos sujeitos às oscilações de câmbio”, disse, referindo-se ao seguro agrícola e políticas de preços mínimos.

Na manifestação em Campo Grande, aproximadamente 1,5 mil pessoas estiveram presentes, entre familiares, amigos e produtores. A concentração foi no Parque de Exposições e nas BRs, saída para Três Lagoas e para Cuiabá. Após a carreata percorrer o centro da capital, foi realizada uma audiência pública na Câmara dos Vereadores. As carreatas foram marcadas por discursos inflamados de produtores, queima de bandeira partidária, panfletagem e distribuição de alimentos.

SOS no interior de MS

Em Bandeirantes, a 74 quilômetros ao norte de Campo Grande, um grupo de produtores rurais pôs 80 tratores, colheitadeiras e caminhões fechando a rodovia, que é a principal ligação entre o Mato Grosso do Sul e o Mato Grosso. O tráfego foi interrompido às 13h e o bloqueio manteve a barreira até o final da tarde. A fila de carros e ônibus parados alcançou 20 quilômetros.

Em Dourados, a 220 quilômetros de Campo Grande, os fazendeiros ocuparam o trevo que dá acesso a Fátima do Sul, na confluência das BRs 163 e 376. Dezenas de máquinas interromperam o tráfego no local até às 18h.

Os produtores de Fátima do Sul contaram com o apóio de Vicentina e Jateí e reuniram 600 veículos, entre máquinas, caminhões e camionetes, atravessando a Avenida 9 de Julho.

Em Jardim, localizado a 270 quilômetros de capital, reuniram-se produtores de setoe municípios da região sudoeste. A carreata durou cerca de uma hora, contando com a presença de prefeitos e vereadores.

Em Ponta Porã o manifesto foi realizado na BR 463, os agricultores fizeram panfletagem e levaram tratores e caminhões.

Em Rio Brilhante os produtores percorreram de caminhões e tratores nas principais ruas da cidade, passando em frente à agência do Banco do Brasil, protestaram também na BR 163 e 267. Nos acessos da região Suez e Rincão e Boa Vista foi bloqueado parte da pista, participaram aproximadamente 400 pessoas.

Na cidade de Ivinhema, cerca da 150 veículos fizeram parte da carreata, os produtores se concentraram ao lado do Sindicato Rural, em seguida saíram em passeata pelas avenidas Honduras e Panamá, seguindo para a BR 376.

Em Iguatemi centenas de produtores se reuniram na rodovia MS 295 onde fizeram panfletagem e manifesto com ato público.

Em Sidrolândia a movimentação aconteceu na praça central com a presença de aproximadamente mil produtores.

Em Maracaju cerca de 200 produtores fizeram a paralisação e panfletagem.

Em Amanbai reuniram cerca de 300 veiculos de passeio, 50 máquinas agrícolas e 20 caminhões. A passeata percorreu as Avenidas Pedro Manvailer e Nicolau Otãno, região central da cidade, finalizando em frente ao parque de Exposição com ato público.

Em Naviraí aproximadamente 80 manifestantes fizeram panfletagem no km 119 da BR 163.

Em Nova Alvorada do Sul a paralização atingiu mais de 110 quilômetros com máquinas e equipamentos, estacionando nos trevos das BRs 163 e 267, em seguida realizaram também uma carreata pela cidade.

Eudete Petelinkar e Mirella Ramos
Decom – Casa Rural (Famasul, Senar/MS e Funar)
Fone: (67) 326-6211

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