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SOS pet: veja guia completo de como agir nos mais diversos casos de acidente

Saúde Plena - 29 de julho de 2015 - 12:30

Acidentes acontecem a qualquer momento. Mas algumas ações de primeiros socorros podem ajudar a salvar o pet e a garantir melhor recuperação. O que fazer para socorrer o pet em situações de emergência? Em primeiro lugar, mantenha a calma. E tranquilize o animal também. O ideal mesmo, porém, é sempre procurar um médico veterinário em todas as situações.

Sofia passou por um sufoco: depois de uma cirurgia, a poodle arrancou os pontos e alguns órgãos ficaram expostos
A cadela Sofia, uma poodle de 6 anos, passou por uma cirurgia de castração. Mesmo usando o colar elizabetano (cone de proteção), ela conseguiu mexer no local e abrir os pontos. Com a cirurgia aberta, alguns órgãos da cadela ficaram expostos. A empresária Renata Ribeiro, 36 anos, dona de Sofia, colocou alguns dentro de uma fralda e em uma folha de bananeira. Em seguida, levou-a imediatamente ao médico veterinário. Sobre a situação inusitada, a empresária conta que agiu por impulso. “Minha família é do interior. Para a minha mãe, por exemplo, muitas feridas se resolvem com folha de bananeira. No momento do desespero, só consegui pensar nisso. Aí coloquei algumas partes que estavam para fora dentro de uma fralda e uma folha de bananeira”, conta.

O veterinário Rafael Souza foi o profissional que atendeu Renata e Sofia no dia do episódio. Segundo ele, a empresária agiu certo e errado. “Ela procedeu certo, pois protegeu o local aberto e levou a cadela para o veterinário imediatamente. Porém, não deveria, em hipótese nenhuma, ter usado uma folha de bananeira”, afirma o profissional.

Sofia passou 24 horas internada e teve os pontos novamente costurados. A cadela ficou em observação pelo risco de contaminação do local. Quanto mais tempo os órgãos ficam expostos, maior o risco de infectarem. Renata Ribeiro conta que quer esquecer o episódio. “Não gosto de lembrar aquela cena. Lembro a Sofia completamente ensanguentada e sentindo muita dor. Ela ameaçou até nos morder, quando tentamos pegá-la.”

Em qualquer acidente, a primeira ação do dono deve ser ficar calmo, evitar o pânico e manter o animal tranquilo. “Além da calma, é importante relatar tudo exatamente como aconteceu para o veterinário. Tem que contar a verdade, independentemente do tipo de acidente”, explica o médico veterinário Rafael Borges. Ainda segundo ele, é imprescindível ter um veterinário de confiança para situações de emergência.

Como agir
Na medicina veterinária, é seguido o que é praticado na medicina humana, que é o programa de suporte básico à vida, também chamado de protocolo ABC (Airway, Breathing e Circulation). Em português: ar, boa respiração e circulação. Isso vale para a maioria dos casos de acidente. São os itens que devem ser verificados em primeiro lugar.

Para sua segurança
No momento de ajudar um animal, a segurança do socorrista também é importante. Em primeiro lugar, a boca do bicho deve ser amarrada. Um pano, um laço ou, se possível, uma focinheira pode ser usada. Um pet acidentado pode sentir muita dor e morder. No caso de gatos, atenção com as unhas. Os felinos podem transmitir doenças por meio de dentes e garras — carregam milhões de bactérias nessas partes. O procedimento mais correto é cobrir toda a cabeça do animal com pano. Cuidado, porém, para não sufocar e, se possível, transporte o gato dentro de uma caixa de papelão. Quanto menos o gato olhar, melhor.

Em caso de emergência

Sufocamento/asfixia
É muito comum animais engasgarem com comidas ou objetos. Em primeiro lugar, deve-se saber a origem da asfixia para ter uma noção da gravidade do acidente. Depois, é preciso tentar fazer com que o animal desengasgue. Pode-se colocá-lo de cabeça para baixo e deixá-lo em uma posição mais fácil para respirar. Se ele estiver roxo, tossindo muito e com falta de ar, significa que o sufocamento é mais grave. Leve-o imediatamente ao veterinário.

Não faça: evitar colocar a mão na boca do animal. O bicho pode morder e agravar a situação. Não dê, em hipótese alguma, comida ou água.

Queimaduras
Em casos de queimaduras leves, o dono pode fazer uma compressa de água fria, com uma toalha ou um lenço, para diminuir o quadro de infecção e tentar proteger o local lesionado. Em casos de queimaduras mais graves, leve o animal ao veterinário imediatamente.

Não faça: esfregar o local da queimadura. Pode inflamar e causar mais dor ao animal. Também não coloque nenhum produto caseiro no corpo do pet.

Parada cardíacao
Na maioria dos casos de parada cardíaca, o animal já tem uma predisposição para o problema. Algumas raças e idade avançada, por exemplo, podem ser fatores de risco. Entre os sinais da parada cardíaca, estão perda de fôlego, tontura e animal paralisado. Deve-se ventilar o animal e levá-lo ao veterinário imediatamente. “No caso de paradas cardiorrespiratórias, desde o início, o animal deve receber a massagem cardíaca e o procedimento ABC. Para manter a ventilação (respiração), preferencialmente, faça a respiração boca-focinho, segurando a boca do animal em uma frequência de 12 respirações por minuto”, explica o veterinário Bruno Gonzaga. Ele também explica que o dono pode realizar uma massagem cardíaca em casos mais urgentes. “O tórax deve sofrer uma compressão de 75% no seu tamanho inicial (expandido) em uma frequência que varia de 120 a 160 compressões por minuto, em cães pequenos, 100 por minuto, para cães de porte médio, e 80 a 100 por minuto para cães de porte grande”, explica. Algumas das raças propensas a ataques cardíacos são: poodle, pug, shih-tzu, boxer, yorkshire, bulldog, maltês, lulu-da-pomerânia, springer spaniel, sheepdog.

Não faça: sufocar o animal. Não pode deixar o bicho em ambiente fechado.

Cortes e ferimentos
É preciso estancar o sangue com uma compressa ou um curativo e encaminhar o pet imediatamente ao veterinário. Verifique a frequência cardíaca e a respiratória. Se começar a aumentar, principalmente a respiração, quer dizer que o sangramento pode estar piorando.

Não faça: não colocar remédio caseiro no local machucado ou objetos sujos.

Atropelamento
Se a sua primeira reação seria verificar se o animal sofreu alguma fratura, saiba que esse procedimento não é o correto. De acordo com o médico veterinário Rodrigo Lacerda, deve-se observar três pontos principais: respiração, temperatura e frequência cardíaca. “Devemos examinar se o animal está respirando, se mantém a temperatura normal (não deve estar gelado), está com a mucosa vermelha, o olhar vivo e frequência cardíaca e respiração constantes.” Depois de verificar esses pontos, e, se o animal estiver bem, o socorrista do pet deve procurar fraturas expostas. Mas atenção: não mexa muito no animal. Pode piorar o quadro. Para transportar o bicho até a clínica, é preciso imobilizá-lo. “Podemos pegar um pano firme, ou até mesmo a própria camisa, e levantar o animal. O ideal é pedir ajuda para outra pessoa segurar o outro lado e erguer o animal”, explica o veterinário Rodrigo Lacerda.

Não faça: não mexer nos órgãos, nas patinhas ou levantar o animal de uma vez sem nenhuma proteção.

Comidas e envenenamentos
Alguns alimentos, como, por exemplo, chocolate, são prejudiciais ao pet. “O animal pode ter duas reações: vômito ou diarreia. Se ele tiver diarreia, é porque o chocolate já foi digerido e o animal, intoxicado. Se ele vomitou, dê água e corra para o veterinário”, explica Rodrigo Lacerda. Quanto mais o animal vomitar, melhor. Desse modo, a substância não é completamente absorvida pelo corpo. Procure o médico com urgência.

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