Os produtos lácteos acabam concorrendo com o leite tradicional, essa foi uma das conclusões da Audiência Pública que aconteceu ontem na Câmara Federal. Conforme o presidente da Câmara Setorial do Leite e Derivados, Rodrigo Alvim, o soro acaba concorrendo com o próprio produto e essa pode ser uma das razões para a queda do preço pago ao produtor. O problema é que os produtos lácteos não são considerados leite, mas são vendidos como se fosse o produto. "A caixa é igual, vem escrito leite na embalagem e a cor é a mesma, o problema é que o valor nutricional é diferente", comentou a assessora da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Adriana Mascarenhas Braga, que participou da Audiência em Brasília.

A economista informou ainda que por mais que o Mato Grosso do Sul não tenha produtos lácteos em suas prateleiras, os produtores do estado sofrem também com a concorrência. Segundo ela, 80% da nossa produção é enviada aos outros estados. Além da questão econômica, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) quer desfazer a confusão entre os produtos lácteos e o leite, diferenciando e informando os consumidores.

Outra discussão na audiência foi sobre o valor pago ao produtor que não sobe na mesma proporção que no varejo. Uma pesquisa identificou que, mesmo com o aumento no preço de 9,87% para o consumidor nas padarias e supermercados do País, o produtor teve um crescimento no preço de 5,37%.

Câmara Setorial do Leite

Ontem também foi instalada a Câmara Setorial do Leite e Derivados, o presidente, Rodrigo Alvim. A Câmara será presidida por um membro da CNA e outras 34 entidades, incluindo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.