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Sob o olhar de Manoel Afonso, Moção a “Mister Gay” esquenta ânimos na Câmara

Campo Grande News/ Bruno Chaves e Kleber Clajus - 24 de outubro de 2013 - 14:19

Manoel Afonso, ao fundo, acompanhando a discussão ao término da sessão (Foto: Cleber Gellio)
Manoel Afonso, ao fundo, acompanhando a discussão ao término da sessão (Foto: Cleber Gellio)

A polêmica sobre a aprovação da moção de congratulação ao douradense Carlos Gabriel, que venceu o concurso gay “Mister Brasil Diversidade”, fez com que a sessão da Câmara desta quinta-feira (24) terminasse em gritaria e bate-boca. O vice-presidente Flávio César (PT do B) chegou a anunciar que avaliará a possibilidade de abrir um processo contra o vereador Paulo Pedra (PDT) por quebra de decoro.

Durante os comentários, Pedra desagradou a bancada religiosa do Legislativo ao dizer que “não existe família de evangélico que não tenha um gay”. Minutos depois ele corrigiu e disse que não “não existe família de brasileiros que não tenha um gay”.

Por causa das palavras utilizadas pelo pedetista, Flávio César, que presidia a sessão na ausência de Mario Cesar (PMDB), pediu para que a frase de Pedra fosse retirada da ata por ser “imprópria”. Ele também determinou que fosse retirado do documento o termo “homofóbico”, que Pedra associou ao vereador Elizeu Dionizio (SDD).

A sessão foi encerrada, mas a confusão teve novos capítulos e partiu para os bastidores. À imprensa, Flávio justificou seu posicionamento, como presidente, dizendo que “sempre respeitamos o ser humano, mas representamos um segmento. Por princípios bíblicos, não aprovo isso” – em referencia a moção de congratulação.

Religião e Homossexualidade – Flávio disse que é membro e representa a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Para ele, as questões religiosas “norteiam minhas decisões”. “Estou vereador para defender princípios e convicções”, argumentou.

O vice-presidente ainda afirmou que Pedra é “preconceituoso contra os evangélicos”. Ele disse que concorda com a retirada das palavras da ata e disse que o regimento da presidência o coloca nessa prerrogativa.

Por causa das declarações do pedetista, que aos gritos e no calor da discussão dizia que Flávio César não tinha legitimidade para estar onde estava, na cadeira da presidência, o vice-presidente anunciou que pretende entrar com um processo contra o colega.

Ainda polemizando, o vice-presidente disse que exerceu seu papel. “Ninguém tem o direito de tirar a autoridade, isso dá quebra de decoro. Vou avaliar se abro ou não um processo contra o vereador Paulo Pedra por dizer que eu não tenho legitimidade para exercer a presidência. Eu exerci meu papel”, afirmou.

Na saída, o contra-ataque – Na saída do plenário, os dois vereadores se encontraram e teve uma nova discussão. “Ele também não teria porque fazer esse alvoroço todo estando vereador com liminar”, lembrou Flávio.

Paulo Pedra indagou o vice-presidente, novamente aos berros: “seja homem de entrar com pedido de quebra de decoro contra mim”. Flávio tentou amenizar a situação dizendo que o vereador não precisava falar gritando quando recebeu uma resposta: “esse é meu jeito”.

Na confusão, um assessor parlamentar do vice-presidente foi apartar a discussão e afirmou ter sido agredido, aos empurrões, pelo vereador Pedra. Ele ameaçou registrar um boletim de ocorrências, mas foi orientado pelos companheiros a não fazer.

Após a confusão, Paulo Pedra, Flávio César e Alceu Bueno (PSL) se reuniram na sala dos vereadores para tentarem resolver a situação.

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