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Geral

Só 21% dos filhos de pobres vão para topo da pirâmide

Correio do Estado - 17 de dezembro de 2017 - 13:00

Brasileiros com origem no topo da pirâmide social têm quase 14 vezes mais chance de continuarem nesse estrato do que pessoas nascidas na base ascenderem para essa posição, de acordo com pesquisa do IBGE.

Assim, embora metade da população consiga melhorar de vida em relação aos seus pais em termos de ocupação, essa mobilidade se concentra entre os estratos mais baixos da classificação do IBGE –filhos de agricultores que ascendem para posições envolvendo trabalho manual, por exemplo, ou filhas de trabalhadores rurais que se tornam empregadas domésticas.

Já a chamada mobilidade de longa distância (quando pessoas com origem nos estratos mais baixos ascendem para o topo) é pequena.

Por outro lado, apenas 16,9% dos brasileiros acabam migrando ao longo da vida para uma posição pior do que a de origem. Um terço permanece na mesma posição.

O IBGE divide o mercado de trabalho em seis estratos –A, B, C, D, E e F–, segundo o tipo de ocupação e o rendimento médio, com base em dados de 2014.

No estrato A, por exemplo, então cargos de gerência, dirigentes de empresa, advogados e professores de nível superior, com rendimento médio variando de R$ 3.737 (professores e advogados) a R$ 4.681 (gerentes e dirigentes).

No estrato B, estão técnicos de nível médio (rendimento de R$ 2.457); no C, trabalhador de serviços administrativos (R$ 1.564); no D, trabalhador da produção de bens e serviços e de reparação e manutenção (R$ 1.460); no E, trabalhador dos serviços e vendedor e prestador de serviços do comércio (R$ 982 e R$ 1.263); e no F, trabalhador agrícola (R$ 628).

Entre quem ascendeu para um estrato melhor, a maior parte –49,1%– foi para os estratos D ou E. Como esse avanço é pequeno e concentrado na base da pirâmide social, ele é classificado pelo IBGE como "mobilidade de curta distância".

Apenas 21,2% dos filhos de pais da base da pirâmide ascenderam para o estrato A.

Já no estrato A, a imobilidade social (ou seja, o percentual de filhos que se mantêm no mesmo estrato do pai) é alta, de 54,2%, e as chances de continuarem nessa posição são 13,7 vezes maiores que a de um indivíduo proveniente de D, E ou F migrar para o topo da pirâmide.

O estudo do IBGE também observou que a mobilidade social é menor entre pretos ou pardos do que entre brancos –65,1%, ante 68,8%.

Na análise de longa distância, um indivíduo branco tem o dobro das chances de conseguir migrar dos estratos D, E ou F para o A do que um preto ou pardo.

Na análise por gênero, há maior mobilidade social entre mulheres do que entre homens, tanto para melhor quanto para pior. Uma das explicações possíveis para esse resultado, segundo o IBGE, é o maior nível de escolaridade das mulheres, enquanto há maior retenção de homens em ocupações rurais.

EDUCAÇÃO

A pesquisa também observou que, quanto menor o nível educacional do pai, menor a chance de o filho conseguir alcançar um nível de instrução alto. Só 4,6% dos filhos de pai sem instrução conseguiram concluir o ensino superior. Já entre filhos de pai com ensino superior, o percentual sobe para 69,6%.

O efeito do aumento do nível de instrução dos pais sobre os filhos também varia dependendo da cor ou raça. Entre brancos, o percentual de filhos de pai com ensino médio completo ou superior incompleto que concluiu o ensino superior é de 49,5%, enquanto entre pretos ou pardos esse número cai quase pela metade, para 28,4%.

POBREZA

O Brasil tinha em 2016 cerca de 13,4 milhões de pessoas vivendo em condição de pobreza extrema –ou seja, 6,5% da população vivia com até US$ 1,90 por dia no país.

A pesquisa mostrou ainda que um quarto da população brasileira (25,4%) vive no nível menos agudo de pobreza pelo critério do Banco Mundial, de pessoas que têm renda de até US$ 5,50 por dia.

Maranhão (52,4%), Amazonas (49,2%), Acre (46,6%), Pará (45,6%) e Ceará (44,5%) formam o ranking dos locais com o maior percentual de pessoas vivendo na pobreza.

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