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Geral

Sistema cooperativista tem forte expansão no país

Stênio Ribeiro/ABr - 14 de maio de 2004 - 10:49

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) registrou expansão de 29,6% do setor, no ano passado, em relação a 2002, e acredita que o crescimento deste ano seja ainda maior em função das facilidades de acesso ao sistema cooperativo geradas pela Resolução 3.106, do Conselho Monetário Nacional (CMN), de junho do ano passado. A expansão se justifica levando-se em conta a determinação do governo de aumentar a concorrência e reduzir o custo dos empréstimos.

O otimismo foi destacado pelo assessor econômico da OCB, Evandro Ninaut, acrescentando que a criação de novas cooperativas está mais fácil, apesar de alguns gargalos de ordem tributária que acabam gerando desconforto para o setor. Mas, de modo geral, a evolução é patente na confrontação de números da Diretoria de Normas do Banco Central, que registrou o surgimento de 25 cooperativas de crédito em 2003, enquanto só no primeiro trimestre deste ano já somavam mais 28.

Com isso, sobe para 1.427 o número de cooperativas de crédito registradas no BC até março último. Já os dados da OCB apontam para 1.454 cooperativas até hoje, das quais 1.381 estão em pleno funcionamento. A diferença, segundo Ninaut, fica por conta das solicitações homologadas, mas que não entraram em operação por diferentes motivos.

Ele ressalta que o setor está em franca expansão no país, embora ainda funcione de forma modesta quando comparado a países com tradição cooperativista. É o caso da Alemanha, onde as cooperativas de crédito respondem por 20% de todo o movimento financeiro-bancário; ou da Holanda, onde elas atendem a quase totalidade das demandas financeiras rurais.

Longe disso, aqui as cooperativas de crédito movimentam pouco mais de 2% das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) - sem contar os recursos direcionados - o que corresponde hoje a R$ 6,5 bilhões, conforme estimativa da OCB. Mas, se compararmos os resultados obtidos em 1995, quando a participação foi de apenas 0,47% do volume de operações de crédito, o sistema mais que quadruplicou em oito anos. Somadas, as cooperativas de crédito e as 1.519 cooperativas agropecuárias têm 6,3 milhões de associados e garantem 110 mil empregos diretos.

Para impulsionar ainda mais o setor, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou, em sua reunião de março último, que os dois únicos bancos cooperativos do Brasil (o Bancoop, de Brasília, e o Bansicred, de Porto Alegre) operem também na captação de poupança para aplicar no setor rural. Isso era uma antiga reivindicação dos produtores, tendo em vista que a autorização valia apenas para o Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia.

À época, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, estimou que os dois bancos devem captar R$ 1 bilhão para adicionar à próxima safra agrícola, com início em julho, e anunciou que o ministério se prepara para atender à crescente demanda pelo cooperativismo. Por isso, convidou o ex-dirigente da OCB de Santa Catarina, Norberto Kretzer, para dirigir o Departamento Nacional de Cooperativismo e Associativismo Rural (Denacoop), com posse prevista para 1º de junho.

Evandro Ninaut enfatizou que o setor tem forte potencial de crescimento e comemorou a recente divulgação, pelo diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy, de que mais 56 pedidos de cooperativas de crédito aguardam autorização de funcionamento. Alguns deles com falhas na apresentação dos projetos, que estão sendo reformulados, e a estimativa é de que a maioria seja autorizada até final do mês que vem.


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