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Sindicatos Rurais recebem reforço de mulheres e jovens

FmasulNoticias - 23 de novembro de 2004 - 15:57

A reativação dos grupos de mulheres e de jovens dos Sindicatos Rurais faz parte de uma projeto para o fortalecimento do sistema sindical rural elaborado pelo Senar-AR/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional de Mato Grosso do Sul), Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e Funar (Fundação educacional para o Desenvolvimento Rural).

A proposta de trabalho dos grupos foi apresentado nesta segunda-feira para um público de mais de 100 jovens e mulheres, durante o Encontro Estadual de Lideranças Rurais realizado em Campo Grande. Os grupos terão regimento próprio e devem funcionar vinculados à diretoria dos sindicatos. De acordo com o Superintendente da Funar e do Senar/MS, Elúsio Guerreiro, a criação dos grupos de mulheres e jovens acorreu em 2001 e na época alguns municípios desenvolveram atividades muito importantes. “Nós queremos resgatar esta força”. A reativação desses grupos vai culminar também com a retomada do processo do planejamento sindical, visto que eles têm atividades específicas e também define os interesses dos associados de seu município. “Vamos investir na formação desses agentes para que no futuro possamos ter lideranças mais preparadas, com melhores condições de administrar um sindicato e mobilizar o setor”, esclareceu Guerreiro.

A representante do sindicado rural de Campo Grande, Helena Bacch, é uma das mais empolgadas com a proposta de trabalho do grupo feminino. Para ela, a participação da mulher em todas as áreas de trabalho vem se acentuando nas últimas décadas, e a luta sindical é das vertentes dessa participação. “Ainda é insipiente a participação da mulher no sistema rural, mas essa proposta deve reverter isso, visto que vai organizar e dar o suporte necessário para seu desenvolvimento. Esse é um grande projeto porque as mulheres já estão dispostas a enfrentar a luta”.

Luzicler Ruella, de São Gabriel do Oeste, disse que a retomada da mulher sempre se fez necessária e nos dias de hoje é ainda mais importante. Para ela a mulher tem um grande senso de organização e persistência no trabalho que muitas vezes ela desconhece e isso pode contribuir muito com o sistema e com o próprio marido. “Ela tem um potencial muito grande e às vezes fica acomodada, escondida atrás do marido e não desenvolve esse valor, esse trabalho do Senar/MS e da Funar é muito importante”.

Para Rosemary Moreno Corrêa de Santa Rita do Pardo, as esposas dos produtores rurais e especialmente dos presidentes de sindicatos precisam estar atentas às lutas da classe e preparadas para dar o suporte necessário. Ela conta que quando participou da primeira etapa desse projeto pode ver como as mulheres estavam alheias a tudo que acontecia, mas acredita que já houve avanços. “Os maridos iam para as reuniões e as mulheres nunca se envolviam, ficam alheias a tudo. A gente sabe que no mundo hoje a força da mulher ao lado do marido é que faz a roda rodar, então eu acredito nesse projeto”, disse Rosemary lembrando ainda que as mulheres têm que estar atentas as lutas que a classe vem enfrentando nas questões fundiárias e indígenas, para ajudar a defender o patrimônio da família.

Falando pelo grupo de jovens Sidnei Oliveira Albuquerque, de Batayporã, disse que os jovens podem encontrar nesse projeto uma grande oportunidade de aprendizado. Sidnei lembra que o filho do produtor rural acaba se distanciando das atividades rurais devido ao preconceito que enfrenta na vida urbana e por isso desconhece o real valor do campo. “Muitos chamam o produtor rural de caipira, nessa hora precisamos saber defender nossa cultura e lembrar á todos que é do campo que saem as maiores riquezas do país. A coisa mais gostosa é a gente ver o boi engordando no pasto para alimentar a sociedade, isso que temos que mostrar”.

Eudete Petelinkar

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