O presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti, de 74 anos, deu entrevista exclusiva ao blog do Moreno, ligado ao Jornal O Globo e revelou ter sido procurado pelo empresário Sebastião Buani pouco antes deste apresentar à Polícia Federal e à imprensa o cheque sacado pela secretária de Severino. O parlamentar disse que não renuncia e afirmou que se enfrentar a cassação, ganha no plenário. “Tem gente que acha que é melhor eu disputar eleições em 2006”, disse Severino ao argumentar que para isso teria que renunciar logo antes que seja aberto o processo de sua cassação. O deputado anunciou a disposição de lutar até o fim pelo seu mandato. Na opinião de Severino, a renuncia seria a confissão de uma culpa que ele diz não ter.
“Se dependesse de mim, eu teria ido ontem presidir a sessão da cassação de Roberto Jefferson. Mas tenho que ouvir outras pessoas, muita gente, minha família, meus amigos, meus assessores, meus advogados e, principalmente, meus eleitores”.
Para Severino, ele está passando por um tipo de provação. “Alguma coisa eu fiz para passar por esse tipo de provação. É a vontade de Deus”, disse ele de forma destemida. “O jogo traz ansiedade e muitas emoções. Poderei ter mais alguns anos de vida pública. Se eu me reeleger, volto para a Mesa? Acho que não. Passei todos esses anos na Mesa. Como 1º secretário, 2º vice-presidente, Corregedor, sempre tive mais votos que os presidentes da Câmara. Se eu enfrentar a cassação, terei muitos votos. Mas não sei se devo exigir esse sacrifício dos meus amigos. Não sei se devo correr esse risco”. Ele disse que quer ter a oportunidade de provar a inocência.