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Setor bancário deu maior doação à campanha de Lula

29 de novembro de 2006 - 08:58

Os bancos foram os principais financiadores da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com doações que somam R$ 10,5 milhões, segundo a prestação de contas dos candidatos que disputaram o segundo turno da eleição presidencial, enviada à Justiça Eleitoral ontem, último dia do prazo legal.

Geraldo Alckmin (PSDB) recebeu montante idêntico, de R$ 10,5 milhões. Nos dois casos, o principal doador do ramo foi o Itaú, com R$ 3,5 milhões.

Os bancos, como o próprio Lula disse em discurso recente no qual citava os juros altos, nunca ganharam tanto. No ano passado, lucraram R$ 28,3 bilhões, recorde histórico --e só no primeiro semestre deste ano, R$ 22,2 bilhões (43% a mais do que em 2005).

Todo o montante repassado pelos bancos para o comitê de Lula foi transferido entre setembro e outubro --antes do primeiro turno. No caso de Alckmin, consta apenas um repasse feito no segundo turno, de R$ 200 mil, do Banco Alvorada, controlado pelo Bradesco.

Montante ainda maior que o dos bancos foi repassado "internamente" para a campanha de Lula. Segundo o tesoureiro da candidatura, José de Filippi Jr., cerca de R$ 15 milhões foram transferidos à campanha pelos comitês estaduais e distrital por conta do compartilhamento de material gráfico.

Alckmin também recebeu boa parte dos recursos dos comitês espalhados pelo país. No total, foram R$ 8,2 milhões oriundos de diretórios e comitês do PSDB e do PFL. Desse montante, R$ 4,2 milhões saíram dos cofres do Diretório Nacional do partido, e R$ 2,8 milhões do diretório paulista.

O segundo maior ramo de atividade que figura na contabilidade é outro com diversos interesses na relação com o governo, o das empreiteiras, com um montante de R$ 10 milhões repassados ao comitê petista, e R$ 4,8 milhões ao tucano.

A lista de doadores petistas é encabeçada pelo grupo Camargo Corrêa, com R$ 3,5 milhões, e pela Construtora OAS, com R$ 1,6 milhão. A OAS também foi uma das maiores financiadoras dos candidatos do PT à Câmara. Em um único caso, consta transferência de R$ 1 milhão da Carioca Christiani Nielsen Engenharia diretamente para o candidato, ou seja, sem passar pelo comitê. Para Alckmin, a Andrade Gutierrez disponibilizou R$ 1,5 milhão.

O presidente Lula também recolheu R$ 4,5 milhões de mineradoras - R$ 4 milhões de subsidiárias do Grupo Vale do Rio Doce. Alckmin recebeu um pouco menos: R$ 3,7 milhões. Outros R$ 6,2 milhões declarados por Lula vieram de siderúrgicas, sendo R$ 3,1 milhões do grupo Gerdau, cujo empresário Jorge Gerdau Johanpetter é cotado para virar ministro de Lula. Gerdau também doou R$ 3 milhões para Alckmin.

A análise das empresas que abasteceram a campanha petista inclui um total de R$ 3,6 milhões repassados pelo ramo de bebidas, com destaque para a AmBev: R$ 1,5 milhão. Integram a lista as cervejarias Petropolis, com R$ 750 mil, e a Schincariol, R$ 500 mil. A Recofarma, do sistema Coca-Cola, forneceu R$ 880 mil.

A maior doação feita por uma só empresa a Lula foi da processadora de suco de laranja Cutrale, com dois repasses que somam R$ 4 milhões. A empresa trava disputa jurídica para evitar investigação por cartel --o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) recusou proposta de pagamento de multa de R$ 100 milhões para evitar a apuração. Para Alckmin, destaca-se o repasse de R$ 2,6 milhões da Ibar Administrações, do Grupo Votorantim.

A campanha de Lula recebeu pelo menos três repasses milionários de pessoas físicas. Os empresários Pedro e Alexandre Grendene (do ramo calçadista) doaram R$ 2 milhões (R$ 1 milhão cada um); Eike Batista, que atua na área de energia, transferiu R$ 1 milhão. Alckmin recebeu doação de R$ 1 milhão de Antonio José de Almeida Carneiro, dono de uma corretora financeira.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, doou R$ 2.000, dez vezes o valor dado pela senadora Ideli Salvatti (PT-SC). O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, doou R$ 20 mil. Ricardo Berzoini, ex-chefe da campanha lulista, deu R$ 800. O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, que disse ter pago uma dívida de R$ 29 mil de Lula, doou R$ 400.





Folha Online

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