As autoridades sanitárias de Mato Grosso do Sul estranharam a contaminação, em estágio grave, de gado no município de Eldorado, a 435 km de Campo Grande. Os animais, que estão com a documentação de vacinação em dia, apresentam sintomas da febre aftosa em nível comparado à década de 80, quando não havia imunização no Estado. O diretor da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), João Cavalléro, disse em entrevista coletiva à imprensa, que o Serviço de Inteligência da PM (Polícia Militar) fará a investigação criminal para descobrir a procedência da doença que atingiu 140 animais da fazenda Vezozzo. O diretor explicou que a principio o proprietário não vai ser penalizado pela contaminação dos animais, mas será indenizado pelo sacrifício de um total de 582 bovinos da fazenda. A medida é extensiva a todo o rebanho por uma medida sanitária.
Segundo Cavalléro a possibilidade de os animais terem entrado por contrabando do Paraguai é descartada, porque a propriedade não tem essa característica de movimentação. Cavalléro afirmou que não tem informações se o produtor rural errou, mas o histórico de trânsito e vacinação dos animais está em dia. Documentos no Iagro mostram que o pecuarista cumpriu as três últimas etapas da vacinação, ou seja, do ponto de vista sanitário, a vacinação está declarada.
O diretor explicou que a confirmação do foco ocorreu no sábado por meio de exame. No entanto, ele disse que há duas semanas, a Iagro foi notificada dos sintomas em animais por meio de um veterinário da fazenda.
O vírus identificado nos animais é do tipo O e a vigilância fará paralelamente à investigação criminal uma investigação sorológica. Os técnicos devem fazer uma subtipificação para verificar se o vírus tem se apresentado de uma nova forma.
O Mato Grosso do Sul exporta 50% da carne do país e Cavalléro acredita que a contaminação do rebanho possa provocar o fechamento de mercado e afetar o país inteiro. Hoje, os preços da BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) já despencaram e a bolsa abriu operando no limite de baixa, de 3% em relação ao fechamento anterior.