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Serraglio lista razões para duvidar de empréstimos

Agência Câmara - 10 de novembro de 2005 - 13:37

O relator da CPMI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), apresentou há pouco na reunião da CPMI as razões pelas quais acredita que os empréstimos feitos pelas empresas de Marcos Valério não são a fonte de recursos da distribuição de dinheiro feita pelo empresário.
Para o relator, é "ilógico e irracional", do ponto de vista empresarial, que os bancos tenham emprestado a quantia de R$ 55 milhões - que Valério e Delúbio Soares dizem ter emprestado junto aos bancos Rural e BMG para pagar as contas de campanha do PT - tendo garantias tão frágeis como contratos de publicidade.

Regras burladas
Segundo Serraglio, outros empréstimos feitos no Banco Rural e no BMG a outras empresas têm o trato normal do comércio. Apenas os feitos a Valério teriam condições especiais, como nenhuma cobrança de juros e sucessivas renovações. Um contrato teria chegado a ser renovado dez vezes, e outro, seis. "Isso compromete tanto Valério quanto os bancos, porque, se não há ânimo para cobrar, também não há para pagar", ponderou o relator. O deputado afirmou que só se começou a falar em cobrança após o início da CPMI.
Outra razão para desconfiar dos empréstimos, na opinião do relator, é a inexistência de contrato entre PT e Valério. "O PT inclusive não os admite", enfatizou.

Saques
De acordo com Osmar Serraglio, houve ainda saques nas contas de Valério antes dos supostos empréstimos. Para ele, os depoimentos dos donos dos bancos deixam claro o tráfico de influência. Lembrou que Valério foi descrito como “facilitador de negócios” pela dona do Banco Rural, Kátia Rabello. "Os empréstimos foram dados a ele como pessoa que teria influência dentro do governo", destacou.

Fraude contábil
Serraglio acha que houve uma evidente fraude contábil nos livros das empresas de Marcos Valério. Segundo ele, nenhuma contabilidade ali registrada é confiável. "Há lacunas, erros e inconsistências que tornam praticamente nulos os registros do empresário", avaliou. "O registro da DNA, por exemplo, foi feito em setembro, e o da SMPB nem sequer estava registrado, o que seria obrigatório. A contabilidade também não continha os empréstimos feitos para o PT". Esses erros, disse o relator, foram apontados pela própria Receita Federal e não pela CPMI.

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