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Sérgio Gomes da Silva nega as acusações no caso Celso
Apenas três dos sete presos que participaram ontem (28) da acareação pública da Comissão Parlamentar dos Bingos (CPI dos Bingos) em São Paulo com Sérgio Gomes da Silva fizeram declarações. A audiência procurou confrontar depoimentos para buscar novos caminhos que elucidem o seqüestro e morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), em 2002. Mas os depoimentos favoreceram o empresário Sérgio Gomes da Silva, acusado de envolvimento com o crime.
Durante toda a tarde, os senadores ouviram a portas fechadas duas novas testemunhas. À noite, queriam confrontar os depoimentos com as declarações dos sete presos e do empresário, identificado como mandante do crime pelas duas novas testemunhas. À tarde, o senador Magno Malta havia antecipado à imprensa que o depoimento de uma nova testemunha, que pedira anonimato, "fechava o caso".
Segundo o senador Eduardo Suplicy, a testemunha é moradora da favela Heliópolis, depositária de informações da comunidade. Ela disse ter ouvido que Sérgio Gomes da Silva teria aceitado R$ 1,5 milhão para gastos da campanha de Celso Daniel, em troca da liberação do uso de vans no transporte público, tal como acontece em outros municípios. O dinheiro teria sido dado por um homem conhecido como Banana.
Depois de eleito, porém, Celso Daniel teria se recusado a dar a concessão ou a devolver o dinheiro. A solução teria sido seqüestrá-lo, pedir um resgate de R$ 3 milhões, que cobrisse o valor e pagasse os criminosos. Banana teria concordado com o seqüestro e encomendado a operação a Dionísio Aquino. De acordo com a testemunha, ele também teria organizado a espetacular fuga de Dionísio, retirado de helicóptero do pátio de uma cadeia em Guarulhos, para que pudesse fazer o seqüestro.