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Separados na infância, irmãos se encontram após 70 anos

Adriany Vital, Campo Grande News - 14 de abril de 2009 - 13:39

Genior apresentou a família à irmã, 70 anos após separação.  Marcelo Victor
Genior apresentou a família à irmã, 70 anos após separação. Marcelo Victor

Separados há pelo menos 70 anos, hoje foi dia de felicidade para os irmãos Clotilde Octácio de Oliveira, de 80 anos, e Genior Otacio Portilho, de 70 anos. Apesar de viverem na mesma cidade, desde infância eles não se viam.

A família de quatro filhos, todos nascidos em Nioaque, a 223 quilômetros de Campo Grande, foi separada com a morte dos pais. Criados pelos tios, os irmãos cresceram longe uns dos outros.

Morando há mais de 30 anos em Campo Grande, os irmãos não imaginavam que eram separados por alguns bairros. Desde que veio para Capital, Genior mora na Nova Bandeirante, e a irmã no Jardim Centro Oeste.

Bastante emocionados, os dois mal conseguiam descrever a felicidade do reencontro. “Nem sei dizer o que estou sentindo”, disse com meias palavras Clotilde. Em meio a tantas emoções, Genior encontrou um espaço para fazer piada com o “novo” sobrinho Antonio Rodrigues de Oliveira, de 53 anos, filho de Clotilde.

“Eu acho que já te vi em algum lugar”, disse meio acanhado, acrescentando que estava muito feliz em saber que tem “um sobrinho forte assim”.

Diante da “nova” família, Genior lembrou de agradecer ao trabalho da Polícia que garantiu o reencontro. “Quero te agradecer milha filha por não ter desistido de nós”, disse ele à agente da DHE (Delegacia Especializada de Homicídios).

No ano passado, com a ajuda da polícia de Dourados, as três irmãs, Zenir, Badia e Clotilde, já haviam se encontrado. Na cidade, elas souberam que o irmão, Genior poderia estar em Campo Grande. Foi daí que a filha de Clotilde, Ramona procurou a o setor de desaparecidos da DEH para pedir ajuda e localizar o tio.

Na Capital, a investigação sobre o paradeiro de Genior teve início em janeiro. Mas foi na semana passada que a sobrinha teve acesso ao nome completo do tio. Na quarta-feira, investigadores já haviam localizado o irmão.

Genior revelou que em 1991, ele procurou ajuda de um profissional para encontrar a imã. “Eu tinha uma chácara em Terenos [a 30 quilômetros da Capital] e soube que a Clotilde poderia estar por lá. Paguei uma pessoa para procurar por ela”, contou, sem resultados.

Apesar de a pista estar certa, pois naquela época Cletilde morava com os filhos naquela cidade, os irmãos só foram se reencontrar hoje na delegacia. Por conta de problemas de saúde, Zenir e Badia, não puderam vir de Dourados.

Genior não teve filhos e estava acompanhado da esposa. Reunida, a família agora planeja o reencontro dos quatro irmãos. “Agora teremos mais uma casa para tomar tereré e fazer churrasco”, brinca.

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