O senador Delcídio do Amaral faz mistério sobre seu futuro político. Ora sinaliza que vai permanecer no PT e quer ser candidato a governador pelo partido, em seguida dá a entender que está tramando exatamente o contrário. Hoje, sua assessoria aumentou o suspense ao repassar recado do senador: “Para quem perguntar se eu fico ou saio do PT, diga que tenho até o dia 30 para decidir”.

Pelo menos dois partidos oficializaram convite ao senador: o PDT e o PSDB. O primeiro lhe reserva a candidatura ao governo em uma provável coligação com PL e PTB, já o segundo não pode garantir nada, porque no Estado o projeto dos tucanos é apoiar o ex-prefeito André Puccinelli para suceder Zeca. A executiva regional tucana nega que tenha vetado a entrada de Delcídio no partido, mas confirma que não lhe garantiu espaço para ser candidato a governador.

A permanência no PT pode ser a alternativa mais viável a Delcídio entre tantas opções incertas. Vai precisar, entretanto, reconquistar a simpatia de algumas lideranças, a começar pelo governador Zeca do PT que parece ter perdido de vez a paciência com a indecisão do senador e com a disputa pelo controle do partido no Estado. “Não movo uma pena mais para que ele fique no partido. Faça o que der na cabeça”, disparou um alterado Zeca na manhã da quarta-feira.

À tarde já estava mais calmo. Em visita à cidade de Delcídio, Corumbá, Zeca emitiu sinais de que deseja, sim, a permanência do senador e chegou a elogiar seu trabalho parlamentar. Mas cuidou para não cruzar seu caminho. Delcídio e Zeca ficaram um dia inteiro em Corumbá, cada um no seu canto. Não se viram nem se falaram, garante a assessoria do senador.