A importância do setor sucroalcooleiro do Brasil e os benefícios na utilização dos derivados da cana-de-açúcar na geração de energia foram os principais temas debatidos ontem durante o Seminário "O Brasil e a energia do século XXI: açúcar e etanol". Realizado no auditório do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o encontro, promovido pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, reuniu parlamentares, representantes do Governo, de missões estrangeiras, da iniciativa privada e especialistas nacionais e estrangeiros.

Divulgação da tecnologia
Na avaliação do presidente da Comissão de Relações Exteriores, deputado Carlos Melles (PFL-MG), o Brasil precisa divulgar para o mundo a tecnologia desenvolvida com sucesso no País, e que traz grandes benefícios para toda a sociedade. "Na primeira crise do petróleo em 1973, o Brasil deu a resposta do Pro-álcool e agora o Brasil começa com o biodiesel, que é outra proposta de alternativa energética. O seminário visa dar visibilidade, aqui dentro, do que representa o futuro desse programa, e começar a levar para o mundo, vendendo a nossa tecnologia do álcool", explicou.
Para o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), integrante da Comissão, é fundamental a participação do Parlamento na discussão que envolve o desenvolvimento do setor sucroalcooleiro, porque "este setor é muito importante para a nossa economia e o cenário energético mundial por ser uma alternativa em relação à questão do meio ambiente".

Produção brasileira
O Brasil é hoje o maior produtor mundial de cana-de-açúcar. Do total da colheita brasileira de cana, 50% são destinados à produção de açúcar e os outros 50% para a de etanol. Nas exportações, o Brasil detém 40% do mercado internacional de açúcar. A indústria da cana-de-açúcar gera aproximadamente 1 milhão de empregos diretos. Com relação ao álcool combustível, o Brasil exporta 2 bilhões de litros por ano e pode chegar, nos próximos 10 anos, a um total de 10 bilhões de litros anuais.
De acordo com o Ministério da Agricultura, o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar e álcool. Só nos dez primeiros meses deste ano, as exportações de açúcar e álcool aumentaram 36,5%.

Temas analisados
Durante o Seminário, foi feito um histórico sobre a introdução do açúcar no Brasil e os diversos ciclos da produção. Também foram abordados, dentre outros temas, o Programa Nacional do Álcool, a sustentabilidade da indústria do açúcar e do álcool, as perspectivas de acesso a novos mercados e as oportunidades para o etanol.
O Seminário foi promovido em conjunto pelo Ministério das Relações Exteriores, pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara e pelo jornal “Valor Econômico”.
Também participaram do evento o presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara, deputado João Pizzolati (PP-SC), e os deputados Fernando Gabeira (sem partido-RJ), Júlio Semeghini (PSDB-SP), Nelson Marquezelli (PTB-SP), Virgílio Guimarães (PT-MG) e Zarattini (PT-SP)