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Sem-terra bloqueiam BR em Chapadão do Sul

Jovemsulnews (Norbertino) - 15 de fevereiro de 2005 - 14:32

Nesta manhã, os sem-terra acampados à margem da BR 060 bloquearam a rodovia, em frente ao acampamento, das 8 horas às 10h40, em cumprimento à programação da Semana Nacional de Luta pela Reforma Agrária, deflagrada pela FETRAGRI-MS, Federação dos Trabalhadores na Agricultura, CONTAG Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura e STRs Sindicatos dos Trabalhadores Rurais.

As entidades organizaram o movimento pelo não cumprimento das metas de assentamento do Governo Federal em Mato Grosso do Sul, pela morosidade do INCRA, Instituto de Colonização e Reforma Agrária na reestruturação de assentamentos, pela lentidão do INCRA em firmar convênios de assistência técnica e pelo não atendimento das propostas dos trabalhadores rurais quanto ao novo modelo de reforma agrária. No sistema em reformulação há redução considerável do tamanho da área por família e disponibilidade de apenas uma pequena parte para uso individual.

Afirmam os manifestantes, que no período de 2002 a 2004 nenhuma família foi assentada em Mato Grosso do Sul. O movimento considera assentada a família realmente estabelecida no lote, o que de fato não aconteceu. Os assentamentos ditos “existentes” estão em fase de implantação.

Das famílias acampadas no estado, 12.841 são representadas pela FETAGRI-MS e estão estabelecidas em 91 locais. As 15.496 famílias assentadas em Mato Grosso do Sul ocupam apenas 1,38% da área total do estado, enquanto as grandes propriedades ocupam 78% da área. Com isso, a reforma agrária é uma política pública importantíssima para diminuir a concentração fundiária e contribuir para a geração de emprego e distribuição de renda, além de produzir alimentos mais baratos, diz nota distribuída pelos manifestantes.

O manifesto de Chapadão do Sul foi elaborado pelos sindicatos dos trabalhadores rurais de Chapadão do Sul, com 90 famílias, de Cassilândia, com 30 famílias e pelo sindicato de Costa Rica, com 34 famílias.

Compareceram ao movimento, os presidentes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, João Vaz Leonel, de Cassilândia, Maria Aparecida de Lima Silva, de Chapadão do Sul e Antônio Peres Vergara, de Costa Rica.

Antônio Peres encaminhou carta à CONTAG onde informa o local e horário do movimento em Chapadão do Sul e denuncia a FETAGRI-MS de ser lenta e de usar os sem-terra como “testa-de-ferro”. Lembra na carta, que os seus funcionários estão empregados enquanto os trabalhadores sofrem nos acampamentos.

Para garantir a segurança no local, compareceram a polícia Rodoviária Estadual, de Paranaíba, policiais militares de Chapadão do Sul e do Paraíso e ainda equipes do COB, Comando de Operações do Bolsão e ROTAI, Rotas Táticas do Interior.

O tenente Sílvio, da Polícia Militar de Cassilândia, parabenizou os manifestantes pela luta de seus ideais e por fazerem o movimento pacificamente.

Provocou o movimento congestionamento na estrada. Entre os veículos parados estava um ônibus da São Luís, que ficou retido no local com seus passageiros por mais de duas horas. Outros motoristas, conhecedores da região, optaram por rotas secundárias em estradas de terra e furaram o bloqueio.

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