Sem receber gratificação da Prefeitura de Campo Grande, 700 agentes comunitários de Saúde vão deixar o mutirão de combate à dengue. A cidade, que está sob decreto de emergência, enfrenta epidemia da doença, com 38.969 casos notificados em 2013. A decisão foi tomada ontem em assembleia no Sisem (Sindicato dos Servidores e Funcionários Municipais de Campo Grande). Hoje, começa o mutirão do mês de março.

“Foi unânime. Eles não são obrigados a fazer o mutirão”, afirma o presidente do sindicato, Marcos Tabosa. Os trabalhadores já participaram de mutirões em janeiro e fevereiro, mas não receberam a gratificação de R$ 110. Em média, o salário da categoria é de R$ 680.

De acordo com Tabosa, os agentes tiveram que cumprir meta, visitando pelos menos 36 imóveis por dia. “Foi muito cansativo e ainda não receberam”, afirma o presidente do Sisem.

Eles aguardam resposta da Prefeitura e, caso não tenha acordo, o sindicato fará passeata até o gabinete do prefeito Alcides Bernal (PP) e paralisação. Os agentes comunitários de saúde atuam de casa em casa. Dentre as funções está a pesagem de criança e acompanhamento de hipertensos e grávidas.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Ivandro Côrrea Fonseca, a gratificação por produtividade será paga aos agentes. “Mas vamos pagar de acordo com a legislação”, afirma. Ele explica que o pagamento será feito somente após uma comissão técnica analisar se as metas foram cumpridas, conforme previsto em portaria. O pagamento será feito de uma vez só, de forma retroativa. “Todos vão receber”, diz o secretário.